O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quinta-feira (16) que pretende fortalecer a cooperação nuclear com países do Brics — bloco que inclui Brasil, Índia, China e África do Sul — como parte de uma estratégia para reposicionar a Rússia no cenário energético mundial. A declaração foi feita durante o Fórum Internacional da Semana da Energia Russa, realizado em Moscou.

Putin afirmou que o país está investindo em novas tecnologias e parcerias internacionais na área atômica, considerada por ele o “futuro do balanço energético global”. “Formamos uma base de desenvolvimento nacional, científica e tecnológica em energia elétrica. Nessa base, construímos eletroestações no Egito, Bangladesh e Turquia, e estamos tentando aprofundar a cooperação nuclear com países do sul global através do Brics. Nós somos muito ativos neste âmbito”, afirmou.

Segundo o presidente russo, a energia atômica deve dobrar sua potência mundial até 2050, e a Rússia pretende liderar essa expansão. Ele destacou que o país é o único capaz de “cobrir toda a cadeia de valor da energia nuclear”, desde a pesquisa e o enriquecimento até a construção de usinas e o fornecimento de combustível.

Putin também mencionou o investimento em pequenas usinas nucleares, que considera o início de um novo ciclo industrial. “Há planos, mas, na prática, não acontece em nenhum lugar do mundo — apenas aqui”, disse.

O fórum reuniu líderes empresariais e especialistas do setor energético para discutir alternativas à dependência do petróleo e do gás, setores fortemente atingidos por sanções ocidentais após a invasão da Ucrânia. Ao enfatizar a expansão da energia nuclear e o papel do Brics nesse processo, Putin tenta projetar a Rússia como protagonista de uma nova era energética voltada para o sul global.