Laudo entregue ao STF aponta divergências substanciais entre os documentos; defesa de Torres busca comprovar inocência

Reprodução/STF
A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os resultados de uma perícia técnica que comparou a minuta de decreto de estado de defesa encontrada em sua residência com outras versões semelhantes. Segundo o laudo, a minuta apreendida com Torres apresenta diferenças significativas em relação àquela apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro aos comandantes militares.
O exame revelou que o documento encontrado na casa de Torres não contém seção introdutória de “Considerandos”, não menciona a decretação de estado de sítio, não faz referência à Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e não aborda a prisão de autoridades públicas. Além disso, a minuta apreendida foi impressa em papel comum, sem assinatura, data ou elementos de autenticação que permitissem identificar sua autoria ou origem digital.
Em contraste, a minuta apresentada a comandantes militares possui estrutura formal, incluindo os “Considerandos”, e aborda temas como a decretação de estado de sítio e a possibilidade de prisão de autoridades. A defesa de Torres argumenta que essas diferenças indicam que o documento encontrado em sua residência não corresponde à versão discutida com os militares.
Além disso, a defesa busca comprovar que Torres, em uma das transmissões ao vivo de Bolsonaro, limitou-se a ler um documento técnico da Polícia Federal sobre o aprimoramento do sistema eleitoral, sem apresentar propostas estruturais ou finalísticas contidas nas chamadas “minutas antidemocráticas”.
Nesta terça-feira (24), está prevista uma acareação no STF entre Anderson Torres e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, para esclarecer versões contraditórias apresentadas em depoimentos anteriores.