Exportações são impactadas por restrições de 19 países e da União Europeia após foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul

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O setor avícola brasileiro enfrenta perdas significativas nas exportações de carne de frango, estimadas em US$ 402 milhões por mês, devido a embargos impostos por 19 países e pela União Europeia. Essas restrições foram implementadas após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os países que impuseram embargo total representam 45% do volume exportado pelo Brasil, tendo adquirido 210 mil toneladas em abril, de um total de 463 mil toneladas exportadas. Além disso, outros países aplicaram restrições específicas ao estado do Rio Grande do Sul, resultando na compra de apenas 11 mil toneladas da região, o que corresponde a 2,4% das exportações mensais do país.
Com essas medidas, o Brasil deixa de exportar aproximadamente 222 mil toneladas de carne de frango por mês. Considerando o preço médio de US$ 1.811 por tonelada, as perdas mensais alcançam US$ 402 milhões. Em condições normais, o país exporta cerca de 20,3 mil toneladas por dia útil, gerando receitas diárias de US$ 36,8 milhões.
O Ministério da Agricultura espera que as exportações sejam retomadas na segunda quinzena de junho, período em que a Organização Mundial de Saúde Animal poderá restituir ao Brasil o status de país livre de gripe aviária, desde que não sejam registrados novos casos da doença em granjas comerciais. Atualmente, laboratórios brasileiros investigam dois casos suspeitos, um em Santa Catarina e outro em Tocantins.
O Brasil é responsável por 39% da carne de frango comercializada globalmente. A ausência do produto brasileiro no mercado internacional pode levar ao aumento dos preços nos países que dependem dessa proteína. Especialistas sugerem que essa pressão sobre os preços pode incentivar a redução dos embargos por parte dos importadores, como já ocorreu com a Rússia.