Ex-presidente foi alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira; investigação apura tentativa de interferência em processos do STF e risco de fuga

Créditos: reprodução / VINÍCIUS SCHMIDT
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão, nesta sexta-feira (18), na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, e em endereços ligados ao Partido Liberal. Durante a ação, foram apreendidos um pen drive escondido em um banheiro, cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie, além de uma cópia de ação judicial movida pela plataforma Rumble contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo informações encaminhadas ao STF, o material apreendido está sendo analisado em laboratório da Polícia Científica. A petição judicial faz parte de um processo aberto nos Estados Unidos por Rumble, em parceria com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, que contesta decisões do ministro Moraes sobre a remoção de conteúdos da plataforma no Brasil.
A operação desta sexta foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), e integra o inquérito que apura suposta tentativa de obstrução de Justiça e atentado à soberania nacional. A decisão judicial também impôs a Bolsonaro medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de uso de redes sociais e de contato com diplomatas, embaixadores e outros investigados.
De acordo com o STF, há suspeitas de que o dinheiro em espécie poderia ser utilizado em uma eventual fuga do país. Embora não seja ilegal manter valores em casa, a legislação brasileira exige declaração à Receita Federal quando o montante ultrapassa US$ 10 mil em viagens internacionais.
Além do dinheiro e da petição judicial, também foi apreendido o celular do ex-presidente. O advogado Celso Vilardi informou que Bolsonaro só se manifestará após ter acesso integral à decisão que embasou as medidas judiciais. A defesa classificou as ações como severas e disse ter recebido a decisão com surpresa e indignação.
Em coletiva após deixar a sede da Polícia Penal, Bolsonaro afirmou que está sendo perseguido politicamente, negou qualquer intenção de deixar o Brasil e confirmou que guarda dólares em casa. Disse ainda desconhecer o pen drive encontrado e criticou o STF, alegando que as acusações são infundadas.
O ex-presidente relatou sentir-se humilhado pelas medidas impostas e revelou que tinha encontros agendados com embaixadores na semana seguinte. Sobre o deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho, que está nos Estados Unidos, afirmou acreditar que ele deve permanecer fora do país devido aos desdobramentos da investigação.
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