Especialistas alertam para efeitos econômicos e políticos da polarização no país

Créditos: Maira Erlich / Bloomberg / Getty Images
O programa ISFM News desta segunda-feira (4) abordou as manifestações favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro realizadas no último domingo. Os atos tiveram maior concentração em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
O advogado Marcelo Marsaioli destacou que a adesão foi limitada: “Apesar de parecer expressivo, 30 mil pessoas na Av. Paulista — que já recebeu mais de 2 milhões — mostra que a população em geral não aderiu a esse tipo de contenda política.”
Para Marsaioli, os manifestantes ignoram os efeitos práticos das tarifas: “Agradecer Trump é absurdo. Ele não fez nada pelo Brasil. Pelo contrário, aumentou nossos preços usando Bolsonaro como desculpa para impor medidas puramente econômicas.”
Ele também criticou o discurso da família Bolsonaro: “Não haverá anistia. Quem vai pagar mais caro somos nós. E quando Trump perder a ‘desculpa perfeita’, vai negociar o que for bom para ele. Enquanto isso, cria-se uma cortina de fumaça.”

A especialista em gestão Lara Mattos afirmou que o Brasil vive uma miopia política: “Há uma paixão polarizada que mascara os verdadeiros problemas. A briga ideológica esconde os impactos reais que atingem diretamente a população.”
Segundo Lara, os atos têm viés político claro: “O PIB anda para trás por causa de uma disputa política. O ex-presidente está sem escapatória. Em setembro começa o julgamento, com grandes possibilidades de condenação no STF.”
Ela ainda alertou para a desestabilização do cenário político: “A direita está enfraquecida no momento em que a esquerda se reorganiza com nova liderança no PT. Isso prejudica o país e atrasa a geração de emprego e o crescimento econômico.”
Apresentado por Paulo Schiff, o ISFM News vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na rádio ISFM 100,7. O programa também pode ser acompanhado ao vivo ou sob demanda no canal oficial da emissora no YouTube.
A notícia
Apoiadores de Jair Bolsonaro realizaram protestos neste domingo (3) em diversas cidades do país, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e capitais do Norte e Nordeste. Os atos, convocados por aliados como Silas Malafaia e Flávio Bolsonaro, pediram anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro e criticaram o STF e o governo Lula.
Em São Paulo, a manifestação ocorreu na Avenida Paulista e reuniu 37,6 mil pessoas no auge, segundo o Cebrap. A concentração começou às 14h, com bandeiras do Brasil e dos EUA, além de faixas com críticas a Alexandre de Moraes. O prefeito Ricardo Nunes esteve presente, assim como lideranças religiosas e políticos conservadores.
No Rio de Janeiro, o ato foi realizado em Copacabana, com presença de Flávio Bolsonaro, que chegou a colocar o pai no viva-voz durante discurso. Políticos como o governador Cláudio Castro participaram da mobilização, marcada por palavras de ordem contra o STF e o presidente Lula, além de símbolos dos EUA e de Israel.
Em Brasília, o protesto ocorreu no Eixão Sul e seguiu o mesmo tom crítico ao governo federal e ao Supremo. Bolsonaro não participou de nenhum dos atos por cumprir medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrição de sair de casa nos fins de semana.
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