Presidente brasileiro alerta para risco de “apartheid climático” e pede que França atue como doadora
Reprodução/Palácio do Planalto
Durante visita oficial a Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a mobilização de US$ 1,3 trilhão por parte dos países desenvolvidos para combater as mudanças climáticas. Ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, Lula alertou que, sem esse aporte, o mundo corre o risco de criar um “apartheid climático”.
Lula lembrou que, na COP15, realizada em 2009 na Dinamarca, as nações mais ricas prometeram US$ 100 bilhões para ajudar países em desenvolvimento a preservar suas florestas. Ele enfatizou que chegou a hora de cumprir essas promessas e reforçou a necessidade de garantir condições dignas para comunidades indígenas, pescadores, extrativistas e pequenos agricultores que vivem nas florestas.
O presidente brasileiro também cobrou que a França atue como doadora nesse contexto, destacando que, embora a Guiana Francesa esteja localizada na Amazônia, trata-se de uma das regiões mais pobres do mundo, enquanto a França é um país rico. “A França não pode entrar na partilha desse dinheiro por causa da Guiana Francesa, porque a Guiana está na parte mais pobre do mundo, mas a França está na parte mais rica, então a França não é receptora, tem que ser doadora do dinheiro”, afirmou Lula.
A visita de Lula à França marca a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro ao país em 13 anos e inclui a assinatura de mais de 20 atos de cooperação bilateral, abrangendo áreas como meio ambiente, defesa e energia.
