Parceria com o BNDES prevê plano de obras para conter enchentes, recuperar a orla e enfrentar o avanço do mar

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A Prefeitura de Santos deu o primeiro passo para estruturar um plano estratégico de enfrentamento às mudanças climáticas. Em reunião com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o prefeito Rogério Santos firmou um compromisso para o desenvolvimento de estudos que embasarão futuras obras de macrodrenagem, contenção de encostas e até o reposicionamento dos prédios tortos da orla. O encontro ocorreu em São Paulo, com promessa de que o banco poderá financiar parte das intervenções indicadas no plano.
Segundo a Prefeitura, o estudo pretende apresentar soluções para problemas que já impactam o cotidiano da cidade, como as enchentes frequentes causadas pelo aumento do volume de chuvas e a elevação do nível do mar. A proposta é que o levantamento técnico elenque prioridades e indique alternativas de financiamento para cada intervenção.
Conforme abordado com exclusividade no programa ISFM News, no dia 25 de abril, entre as possíveis soluções estão a criação de piscinões, recuperação da faixa de areia por meio de molhes ou bags, monitoramento das encostas e dos morros e ampliação da capacidade de vazão dos canais. O chamado “realinhamento” dos prédios tortos da orla – estruturas que sofreram afundamento ao longo das décadas – também integra o pacote de medidas.
O secretário municipal de Governo, Fábio Ferraz, que participou do encontro na capital paulista, confirmou que uma equipe técnica já foi formada para tocar o plano. Segundo ele, novas reuniões com o BNDES ocorrerão ainda neste mês. Em entrevista ao g1, Ferraz afirmou que a prioridade é garantir a estabilidade das construções: “A ideia é realizar intervenções de engenharia que mantenham as edificações em grau satisfatório e, se possível, que fiquem totalmente verticalizadas”, disse.
O primeiro diálogo com os síndicos dos edifícios afetados também já ocorreu, por meio da Associação dos Condomínios do Estado de São Paulo (ACOP). “Eles querem uma solução, claro, por uma questão de prevenção, mas também por valorização dos imóveis”, afirmou Ferraz.
De acordo com o BNDES, a elaboração do plano em Santos será conduzida por uma equipe especializada em sustentabilidade urbana, com a participação de consultores internacionais. O banco possui um setor específico voltado à adaptação de cidades frente a eventos extremos associados ao aquecimento global.
O deputado federal Paulo Alexandre Barbosa, que acompanha as tratativas, reforçou que o financiamento poderá vir do Fundo Clima, ligado ao próprio BNDES. Em 2025, o fundo deverá liberar cerca de R$ 20 bilhões para projetos com foco na mitigação das mudanças climáticas – e Santos pode ser uma das cidades contempladas.
Enquanto o plano estratégico ainda está sendo elaborado, a Prefeitura afirma que já iniciou o envio de informações técnicas ao banco. A próxima fase envolve a troca de dados entre as equipes municipais e federais para consolidar o escopo das ações que deverão sair do papel.
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