Medida visa proteger indústria cinematográfica dos EUA, mas pode afetar produções internacionais e streaming

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no domingo (4) a imposição de uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora do país. A medida, segundo ele, busca proteger a indústria cinematográfica americana, que estaria sofrendo uma “morte muito rápida” devido aos incentivos oferecidos por outros países para atrair cineastas e estúdios.
Em publicação na rede social Truth Social, Trump afirmou que essa prática representa uma ameaça à segurança nacional, além de ser uma forma de “mensagens e propaganda”. Ele autorizou o Departamento de Comércio e o Representante de Comércio dos EUA a iniciarem imediatamente o processo de implementação da tarifa.
A decisão gerou preocupação na indústria cinematográfica global. Estúdios como Disney, Netflix e Universal, que frequentemente filmam em países como Canadá e Reino Unido, podem ser diretamente afetados. Além disso, a falta de clareza sobre como as tarifas serão aplicadas — se afetarão também serviços de streaming ou apenas lançamentos nos cinemas — aumenta a incerteza no setor.
Especialistas alertam para possíveis retaliações de outros países, o que poderia prejudicar ainda mais a indústria cinematográfica americana. A China, por exemplo, já sinalizou a possibilidade de restringir a importação de filmes dos EUA em resposta a tarifas anteriores.
A medida também pode impactar o mercado brasileiro. Com a tarifa, filmes brasileiros que buscam distribuição nos Estados Unidos podem enfrentar maiores barreiras, reduzindo a presença do cinema nacional no mercado internacional.
Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre a implementação da tarifa, como a base de cálculo ou se haverá exceções para coproduções. A Motion Picture Association, que representa os principais estúdios de Hollywood, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.