Auditoria aponta fraudes em projetos do Instituto de Biologia; ex-funcionária da Funcamp é acusada e deixa o país
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A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) ajuizou 34 ações de cobrança contra pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), após identificar o desvio de R$ 5,38 milhões em verbas públicas destinadas a projetos do Instituto de Biologia entre 2013 e 2024.
Segundo auditoria da Fapesp, os desvios foram cometidos por Ligiane Marinho de Ávila, ex-funcionária do Escritório de Apoio vinculado à Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp). Ela teria emitido notas fiscais fraudulentas por meio de uma microempresa de sua titularidade e realizado transferências bancárias para sua conta pessoal. A fundação considera que os pesquisadores contribuíram culposamente para os desvios, ao permitirem acesso indevido às contas bancárias dos projetos.
As ações tramitam nas Varas da Fazenda Pública de Campinas e de São Paulo. Até o momento, três decisões judiciais condenaram pesquisadores a devolver valores que variam de R$ 31 mil a R$ 242 mil, com correção monetária e juros. Dois outros pesquisadores optaram por ressarcir os valores administrativamente, totalizando R$ 38 mil.
Ligiane foi demitida por justa causa em janeiro de 2024, após a descoberta das irregularidades. Ela foi indiciada por peculato e deixou o Brasil em fevereiro do mesmo ano, embarcando para a França. A Justiça ainda não decidiu se acatará a denúncia apresentada pelo Ministério Público.
A Unicamp informou que colabora com as investigações do Ministério Público e que concluiu uma sindicância interna, arquivada após constatar que os prejuízos estavam sendo ressarcidos pelos docentes à Fapesp. A universidade afirmou que poderá reabrir a apuração caso surjam novos elementos.
O caso levanta preocupações sobre a gestão de recursos públicos em instituições de pesquisa e destaca a importância de mecanismos de controle e transparência na administração de verbas destinadas à ciência.
