Cubatão assina parceria para se tornar “Cidade Carbono Neutro”

A cidade por muitos anos foi conhecida como ‘Vale da Morte’

IMAGENS DA INTERNET

Cubatão, na Baixada Santista, que já foi chamada de “Vale da Morte” por causa da intensa poluição industrial, deu um passo significativo para reverter essa imagem e se tornar uma cidade mais sustentável. Na última quarta-feira (23), a Prefeitura de Cubatão assinou um convênio com o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT) de São Paulo para o projeto “Centro de Ciência para o Desenvolvimento Cidades Carbono Neutro”. O objetivo é reduzir a emissão de gases de efeito estufa e enfrentar os impactos da crise climática, por meio de ações tecnológicas e inovadoras.

Na década de 80, a cidade foi um dos maiores polos industriais do país, com fábricas que despejavam cerca de mil toneladas de poluentes na atmosfera diariamente. De acordo com o historiador Welington Ribeiro Borges, essa poluição excessiva foi responsável por transformar Cubatão no “Vale da Morte”, uma referência à grave degradação ambiental. No entanto, a cidade tem se empenhado em mudar essa realidade e, agora, com a assinatura deste convênio, busca acelerar a transição para um futuro mais verde e sustentável.

O convênio, válido por cinco anos, faz parte de um programa estadual que já aprovou 49 projetos e aplicou cerca de R$ 430 milhões em várias cidades do estado. Em Cubatão, as ações incluirão estudos de qualidade do ar, o desenvolvimento de tecnologias para energia limpa e o manejo de resíduos, com foco na redução dos gases poluentes. A Prefeitura de Cubatão, no entanto, não informou o valor específico que será investido na cidade por meio deste convênio, apesar de questionamentos feitos pela reportagem.

Anderson Correa, diretor e presidente do IPT, destacou durante a assinatura que o objetivo é fortalecer a resistência e a sustentabilidade urbana em Cubatão, utilizando tecnologias inovadoras para combater os impactos das mudanças climáticas. As pesquisas realizadas também buscarão usar conceitos da bioengenharia para melhorar a resiliência urbana, como forma de mitigar problemas como as ilhas de calor e aumentar a captura de gases como metano e dióxido de carbono (CO₂).

Cleiton Jordão Santos, secretário de Meio Ambiente, Segurança Climática e Bem-Estar Animal de Cubatão, explicou que o primeiro passo será um diagnóstico ambiental, que avaliará os ativos e passivos da cidade em relação à quantidade de gases poluentes. Com base nesse estudo, será possível desenvolver ações para reduzir as emissões e alcançar um equilíbrio ambiental mais sustentável.

O projeto Centro de Ciência para o Desenvolvimento Cidades Carbono Neutro envolve 39 instituições, incluindo universidades, setor privado e público. Lançado em dezembro de 2024, o programa já tem cidades parceiras como São José dos Campos, Santos, Sorocaba e Bertioga. Em Bertioga, o IPT já instalou um biodigestor de resíduos orgânicos para gerar biogás e energia elétrica, um projeto de R$ 1,5 milhão que tem servido como modelo para outras cidades.

O projeto também se alinha a uma das recentes conquistas de Cubatão. A cidade recebeu, em abril, o selo de Cidade Verde “Tree Cities Of The World”, uma certificação internacional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que reconhece municípios que investem na preservação e recuperação de áreas verdes. Cubatão e Guarujá, ambas na Baixada Santista, foram as representantes da região nesse programa global.

A iniciativa da ONU visa restaurar áreas verdes e preservar florestas urbanas, com a colaboração de governos e comunidades. As cidades certificadas recebem apoio técnico e financeiro para ampliar suas políticas ambientais, garantindo uma gestão mais sustentável de seus espaços verdes. O reconhecimento é um marco importante para Cubatão, que agora, além de buscar reduzir a poluição, também se empenha em melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos por meio de ações ambientais concretas.

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