O Parque Palafitas, projeto de revitalização da maior favela de palafitas do País, ganhou forma de conjunto habitacional com o posicionamento de 57 painéis pré-fabricados que compõem o térreo do primeiro prédio no Dique da Vila Gilda (Bom Retiro). O primeiro painel, de pouco mais de uma tonelada, foi içado na segunda-feira (18) e instalado por guindaste na primeira das sete lajes já concretadas — a primeira das quatro suspensas sobre a maré, apoiada por 49 estacas e blocos. Na manhã de terça-feira (19), o prefeito Rogério Santos visitou as obras e afirmou que a edificação ficará pronta em um mês.
“Começamos a erguer o primeiro prédio, que ficará pronto em um mês; é um trabalho rápido, é uma obra de qualidade dando dignidade para as pessoas. O Parque Palafitas é um projeto-piloto não só para Santos, mas para o Brasil”, disse o prefeito. Segundo a Prefeitura, a mesma laje também abrigará a sede da associação de moradores.
Unidades e infraestrutura
Ao todo, serão erguidos quatro conjuntos de apartamentos, somando 44 unidades, e dois conjuntos de casas, cada um com oito residências térreas, totalizando 60 habitações. O primeiro prédio terá térreo e um andar, cada pavimento com quatro apartamentos (oito no total). “A proposta é estabelecer uma nova forma de ocupação sustentável nas áreas de mangue, de forma a proporcionar condições dignas de moradia”, afirmou o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), Fabrício Cardoso.
O projeto contempla iluminação pública, água e esgoto, áreas de lazer e comércio, espaços para regeneração do mangue, além de infraestrutura de telecomunicações e de combate a incêndio. Também será instalado um píer flutuante — dois módulos de 12m x 3m — para embarque e desembarque de passageiros, inspirado no equipamento da Ponte Edgard Perdigão.
Cronograma das lajes
As sete lajes de apoio, cinco já concluídas, foram concretadas sobre 212 estacas com blocos de fundação, fincadas entre 30 e 35 metros de profundidade. A sexta laje deve ser concretada nesta quarta-feira (20); a última, destinada à área comercial, ainda não tem data. O entorno receberá guarda-corpo de 205 metros de extensão.
A segunda laje (260 m²), primeira apoiada no solo, terá prédio de quatro andares (térreo + 3), com 16 apartamentos. A terceira (260 m²), também no solo, abrigará edificação de três andares (térreo + 2), somando 12 apartamentos. A quarta e a quinta lajes (521 m² e 244 m²), suspensas sobre a maré, receberão, respectivamente, oito casas térreas cada; na quinta, além das casas, haverá um prédio de dois andares (térreo + 1) com oito apartamentos. A sexta laje (595 m²), igualmente suspensa, terá mais oito casas. A sétima (600 m²), apoiada no solo, será a área comercial, com duas edificações em formato de “L”.
Tipologia das moradias
Cada apartamento terá 41,69 m², com sala, dois quartos, cozinha integrada à lavanderia, banheiro e área de circulação. As 16 casas contarão com sala de estar e jantar integradas, cozinha, área de serviço, dois quartos, banheiro e varanda nos fundos. Quatro casas da quarta laje serão destinadas a pessoas com deficiência (PcD).
Investimento e prazos
As fundações e a superestrutura estão a cargo da TMK Engenharia S.A., com investimento de R$ 16.586.364,04 — R$ 12.309.200,92 do Governo do Estado e o restante do orçamento municipal — e prazo contratual até outubro. A construção das 60 unidades habitacionais em estrutura modular será executada pela Tecverde Engenharia S.A., orçada em R$ 12.680.000,00 (R$ 9.353.799,08 do Estado e o restante da Prefeitura), com prazo até fevereiro.