Convidados apontam risco industrial e criticam postura autoritária de Donald Trump

Créditos: Cadu Gomes / VPR
O plano de contingência do Governo Lula contra o tarifaço de Donald Trump foi destaque no ISFM News desta terça-feira (29). Alckmin afirmou que o documento ficará “bem completo”, embora a prioridade seja evitar a taxação, prevista para começar nesta sexta-feira.
O advogado Joaquim Fernandes alertou para a incerteza sobre a aplicação real da medida. Segundo ele, Trump tem falado em taxas globais de até 20%, que podem atingir o Brasil mesmo sem a alíquota de 50% ser efetivada de imediato.
Fernandes também afirmou que, mesmo com ajuda governamental, setores industriais podem não resistir ao impacto. Para ele, a medida é uma concessão exagerada aos EUA e prejudica a competitividade brasileira no mercado global.

Já o médico Benjamin Rodriguez Lopez criticou o comportamento autoritário de Trump. Disse que o mundo se acostumou à violência e às arbitrariedades, e que a taxação global anunciada deveria chocar mais do que choca atualmente.
Lopez defendeu o livre comércio e apontou que os EUA vendem mais ao Brasil do que compram. Também classificou como absurda a tentativa de Trump de interferir em decisões políticas brasileiras com base em motivações pessoais.
Ele ainda afirmou que Trump quer usar o Brasil como vitrine de força, rompendo a imagem de que recua diante de pressão. Segundo Lopez, a situação lembra bloqueios históricos como o de Cuba, com efeitos amplos até para os americanos.
Apresentado por Paulo Schiff, o ISFM News vai ao ar de segunda a sexta, das 7h às 8h30, na rádio ISFM 100,7. O programa também é transmitido ao vivo pelo canal ISFM no YouTube.
A notícia
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira (28) que o governo prepara um plano de contingência para apoiar os setores afetados pelo tarifaço dos EUA, que prevê sobretaxas de até 50% a partir desta quinta-feira (1º). A proposta ainda está em elaboração.
Alckmin disse que o governo busca resolver o impasse por meio do diálogo institucional e com discrição, mas ainda não há definição sobre uma negociação direta com Donald Trump. Lula não tratou do tema com Alckmin e, segundo ele, “é o homem do diálogo”.
A decisão norte-americana atinge setores como aço, alumínio, minerais críticos e veículos elétricos. Segundo a Amcham Brasil, cerca de 10 mil empresas brasileiras exportadoras podem ser afetadas, com risco a 3,2 milhões de empregos.
Na semana passada, Lula afirmou que Trump “não quer conversar”. O presidente também reclamou da ausência de um canal direto com Washington e disse que, embora haja contatos diplomáticos, eles não alcançam a Casa Branca.
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