Menino de 4 anos sobreviveu à queda; acusado alega brincadeira, mas testemunhas confirmam arremesso

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito que investigava a queda de um menino de 4 anos do quinto andar de um prédio em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. O padrasto da criança, de 27 anos, foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado, com base na Lei Henry Borel, que agrava a pena em casos de violência praticada por responsáveis legais.
A Polícia Civil informou que o indiciamento se deu pela tentativa de homicídio qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima, com aumento de pena previsto na legislação. O inquérito foi encaminhado à Justiça, com pedido de manutenção da prisão preventiva do suspeito, que segue detido no Presídio Sebastião Satiro.
Durante o depoimento, o homem alegou que o episódio foi um acidente durante uma “brincadeira”, negando intenção de matar. Entretanto, testemunhas afirmaram ter visto o momento em que ele arremessou a criança, com os braços estendidos para fora da janela, de uma altura de cerca de 20 metros.
O crime ocorreu no dia 10 de maio, no Bairro Ipanema, poucas horas após o padrasto e a mãe da criança se mudarem para o condomínio. Enquanto ajudava na mudança, o menino foi lançado da janela, caindo em uma área gramada entre dois prédios. Ele sobreviveu, com ferimento leve no queixo, e está sob acompanhamento do Conselho Tutelar.
Após o crime, o suspeito tentou fugir, mas foi contido por moradores na portaria do prédio. Câmeras de segurança registraram a fuga frustrada. A Polícia Civil confirmou que o homem consumiu bebida alcoólica e maconha durante o dia.
Segundo a mãe da criança, o namorado tinha o hábito de fazer brincadeiras perigosas com o filho, como jogá-lo para o alto, o que sempre causava preocupação. Ela relatou que, momentos antes da queda, ouviu o menino dizer, em tom de medo: “Não, Mano. Não, Mano”, apelido pelo qual se referia ao padrasto.
A Polícia Civil destacou que não havia indícios de maus-tratos anteriores, nem necessidade de medidas protetivas. O caso segue agora sob apreciação do Judiciário.