Trio mineiro conquista categoria “Rock – Artista” no Prêmio da Música Brasileira e leva discurso potente e som pesado do Triângulo Mineiro para o cenário nacional

A banda Black Pantera, formada em Uberaba (MG), foi um dos grandes destaques da 32ª edição do Prêmio da Música Brasileira, realizada nesta quarta-feira (4), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O trio venceu a categoria “Rock – Artista”, superando nomes consagrados como CPM 22, Fresno, Carne Doce e João Gordo, consolidando-se como uma das vozes mais potentes e representativas do rock nacional contemporâneo.
Criada em 2014 pelos irmãos Charles Gama (guitarra e vocal) e Chaene da Gama (baixo), junto ao baterista Rodrigo “Pancho” Augusto, a banda surgiu com o propósito de dar visibilidade às vivências negras dentro de um cenário dominado por vozes brancas. O nome é uma homenagem ao movimento revolucionário Panteras Negras, e suas letras denunciam racismo, violência, desigualdade e opressão social, mesclando thrash metal, hardcore punk e crossover thrash com influências de Bad Brains, Rage Against the Machine e Sepultura.
Ao longo da carreira, o Black Pantera já lançou os álbuns Project Black Pantera (2015), Agressão (2018), Ascensão (2022) e Perpétuo (2024), este último também indicado na mesma premiação. Eles já se apresentaram em festivais internacionais como Afropunk (França), Download Festival (Inglaterra) e Rock in Rio, além de dividir palco com ícones como System of a Down, Slayer e Sepultura. Em 2020, lançaram o single “I Can’t Breathe” em protesto contra o assassinato de George Floyd, reforçando o viés político e de resistência do grupo.
A cerimônia também premiou o grupo carioca Planet Hemp na categoria “Rock – Lançamento” com o álbum ao vivo Baseado em Fatos Reais: 30 Anos de Fumaça. Já no reggae, o destaque foi o Planta e Raiz, vencedor da categoria Melhor Artista. Nesta edição, a principal homenagem do evento foi para a dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó — a primeira vez em que o gênero foi celebrado pela premiação.
O reconhecimento marca não apenas uma conquista pessoal do Black Pantera, mas um momento importante para o rock mineiro, que reafirma sua relevância e diversidade. Com origens em Uberaba e discurso combativo, o trio mineiro continua a inspirar novas gerações a lutarem por justiça social através da música.