Diversos fatores explicam a causa dos alagamentos nas cidades da Baixada Santista

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A forte chuva que atingiu o litoral de São Paulo na madrugada desta quarta-feira (6) causou alagamentos em várias cidades da Baixada Santista. Especialistas alertam que o problema vai além da intensidade das chuvas e está ligado ao planejamento urbano.
Quando o volume de água é muito alto em pouco tempo, os sistemas de drenagem, muitas vezes antigos e insuficientes, não conseguem dar conta. Essa sobrecarga é comum em temporais intensos, cada vez mais frequentes em cidades litorâneas e mal preparadas.
A ocupação de áreas de várzea agrava ainda mais a situação. Esses terrenos naturalmente alagáveis têm função essencial na absorção de excesso de água. Quando ocupados irregularmente, deixam regiões inteiras mais expostas às enchentes.
Outro fator relevante é o estado precário dos sistemas de drenagem. Bueiros entupidos, galerias malcuidadas e canais obstruídos comprometem o escoamento da água da chuva, facilitando o surgimento de pontos de alagamento em várias regiões urbanas.
A urbanização acelerada também contribui diretamente para os alagamentos. O solo coberto por concreto e asfalto perde a capacidade de absorver a água, que corre pelas ruas e se acumula nas partes mais baixas das cidades.
Por fim, o acúmulo de lixo e as mudanças climáticas agravam o cenário. O descarte irregular de resíduos entope bueiros, e o aumento da temperatura intensifica a evaporação, gerando mais umidade e tempestades. O resultado são enchentes cada vez mais recorrentes.

Chuvas na Baixada Santista
Um temporal atingiu a Baixada Santista entre a noite de terça (5) e a manhã de quarta (6), provocando alagamentos e transtornos. Em Santos, choveu 97,8 mm em seis horas, e a CET recomendou que moradores evitassem sair de casa devido aos bloqueios nas vias.
Guarujá teve ruas alagadas e casas invadidas pela água, com destaque para os bairros Jardim da Esperança e Morrinhos. São Vicente, Cubatão e Praia Grande também registraram pontos de alagamento, com volumes variando entre 23 e 62 mm em 24 horas.
A greve da limpeza urbana agravou a situação com o acúmulo de lixo nas ruas. O Inmet emitiu alerta de chuvas e ventos intensos. Defesa Civil e órgãos municipais seguem mobilizados e pedem que a população evite áreas alagadas até a normalização.