Moradores da Vila dos Pescadores protestam contra fechamento da “Frentona”

Comunidade cobra cumprimento de obras prometidas pela Prefeitura antes do bloqueio previsto para maio

ARQUIVO PESSOAL

Moradores da Vila dos Pescadores, em Cubatão, realizaram nesta quarta-feira (23) um abaixo-assinado com mais de 200 assinaturas contra a decisão da empresa MRS Logística de fechar a passagem conhecida como “Frentona” — o único acesso direto ao bairro. Com faixas e cartazes pedindo “NÃO FECHEM A FRENTONA”, a mobilização cobra uma resposta imediata da Prefeitura e questiona a falta de alternativas seguras antes do bloqueio previsto para maio.

Segundo o líder comunitário Leandro Araújo, o fechamento é considerado um retrocesso. “A Frentona é essencial, principalmente em situações de emergência. Fechar esse acesso sem um plano funcional coloca vidas em risco”, afirmou. A preocupação maior gira em torno da agilidade de acesso para ambulâncias, viaturas e socorro em caso de incêndio ou desastres naturais, comuns na região alagadiça.

A empresa MRS construiu recentemente um viaduto como novo acesso ao bairro, obra incluída na renovação de sua concessão com a União após pressão da Prefeitura e da comunidade. A estrutura foi concluída em julho de 2024, mas a população argumenta que o novo acesso ainda não oferece a segurança e funcionalidade necessárias, principalmente porque a Prefeitura não iniciou a ampliação da Avenida Ferroviária, que deveria fazer a ligação direta com o viaduto.

O que diz a MRS?

Em nota, a MRS informou que o fechamento da Frentona faz parte do compromisso assumido em contrato, acordado com a Prefeitura desde 2019, durante audiência pública. A empresa ainda destaca que a passagem em nível foi considerada perigosa, com histórico de acidentes e impedimento de mobilidade de veículos pesados, como ambulâncias.

O prazo inicial dado pela ANTT para o fechamento da Frentona expirou, e mesmo com uma prorrogação solicitada pela Prefeitura, nenhuma obra de melhoria viária foi iniciada. A agência reguladora determinou que a MRS cumpra sua obrigação contratual, marcando o bloqueio da passagem para maio de 2025.

O impasse reacende a tensão entre moradores, Prefeitura e empresa. A comunidade diz não ser contra o viaduto, mas cobra que as obras complementares estejam concluídas antes da eliminação do acesso atual. “Eles prometeram e não cumpriram. A gente não pode pagar o preço por essa negligência”, criticou um morador que preferiu não se identificar.

Enquanto isso, a Prefeitura de Cubatão não apresentou um cronograma claro para a ampliação da avenida nem respondeu oficialmente ao movimento popular. O silêncio do poder público alimenta a insegurança de uma população já acostumada a conviver com o abandono.

O abaixo-assinado será protocolado nos próximos dias na Prefeitura e na Câmara Municipal. Os moradores aguardam uma resposta que leve em consideração a realidade local e não apenas os trâmites burocráticos firmados longe do dia a dia da Vila dos Pescadores.

Até o fechamento dessa reportagem não tivemos resposta da Prefeitura de Cubatão.

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