Idoso é agredido em praia de Guarujá por carregar bandeiras do Líbano e da Palestina

A Prefeitura de Guarujá disse repudiar “qualquer episódio de intolerância”

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Um libanês de 74 anos foi agredido e ofendido por um grupo de pessoas enquanto caminhava com bandeiras do Líbano e da Palestina no calçadão da praia das Astúrias, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo boletim de ocorrência, o idoso Mohamad Mourad foi cercado por pelo menos três pessoas. Um dos agressores rasgou e quebrou as bandeiras ao gritar: “Palestina aqui não”. Ninguém foi preso.

O caso foi registrado como crime de preconceito de raça ou cor na Delegacia Sede de Guarujá. Um vídeo obtido pelo g1 mostra parte da discussão entre o grupo e o idoso. Mourad, que usava uma camiseta do Corinthians com inscrição em árabe, afirmou que apenas caminhava tranquilamente quando foi surpreendido pelas agressões. “Eu só estava com as bandeiras. Eu não posso ficar com as bandeiras? […] Nada justifica a xenofobia, o ódio”, desabafou.

De acordo com o relato à Polícia Civil, a confusão começou com uma garrafada nas costas. Em seguida, um dos homens teria jogado areia contra o idoso antes de agarrá-lo pelo pescoço e tentar arrancar as bandeiras. Durante a abordagem, o agressor gritava frases de cunho xenofóbico e antipalestinas. “Palestina não. Sai daqui, aqui não”, teria dito.

A cena seguiu com mais ofensas. Uma mulher se aproximou gritando: “Palestino, tira a camiseta do Corinthians”. Outro homem apareceu chamando Mourad de “machão” e “ridícula”, segundo o boletim. O agressor quebrou as bandeiras pouco antes de fugir. A Polícia Militar foi acionada, mas ninguém foi localizado até a chegada da viatura.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que os suspeitos deixaram o local antes da chegada da PM. A Guarda Civil Municipal também não foi acionada. Em nota, a Prefeitura de Guarujá disse repudiar “qualquer episódio de intolerância” e reforçou que xenofobia é crime previsto em lei federal.

O episódio repercutiu entre entidades de defesa da causa palestina. A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) divulgou uma nota em que repudia a agressão contra Mourad e denuncia a escalada da “palestinofobia”, direcionada tanto a palestinos quanto a apoiadores da causa.

“Isso está sendo inflado pelos apoiadores do genocídio na Palestina, inclusive por algumas organizações sionistas, travestidas de ‘israelitas’, que distorcem o que acontece em Gaza, colocando como algoz as vítimas e como vítimas os promotores do genocídio”, afirmou a entidade em nota.

A Polícia Civil segue investigando o caso. Até o momento, não há identificação dos suspeitos. Mourad não teve ferimentos graves, mas relatou ter ficado abalado com a violência e a intolerância.

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