Preso em operação da PF, Rodrigo Morgado já havia sido alvo de polêmica após tomar carro de funcionária sorteada em festa da empresa
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O empresário Rodrigo Morgado, dono da Quadri Contabilidade, foi preso em flagrante pela Polícia Federal nesta terça-feira (29), em São Paulo, por porte ilegal de arma. A prisão ocorreu durante o cumprimento de mandados da Operação Narco Vela, que investiga um esquema internacional de tráfico de drogas com ramificações na Baixada Santista. Morgado ficou conhecido no fim de 2024 após sortear um carro entre os funcionários da empresa e, posteriormente, tomar o prêmio da vencedora sob a justificativa de que ela descumpriu regras internas.
Segundo a Polícia Federal, Morgado era alvo de mandados de busca e apreensão em endereços em Santos, Bertioga e na capital paulista. A arma foi encontrada dentro do carro do empresário, o que levou à prisão em flagrante. Durante a operação, também foram apreendidos dois veículos de luxo pertencentes a ele. O objetivo inicial era apenas o sequestro de bens e bloqueio de contas, mas a detenção ocorreu devido ao flagrante.
A Operação Narco Vela foi deflagrada a partir de informações repassadas pela agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA), após a apreensão de 3 toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro no Atlântico, próximo à costa africana, em fevereiro de 2023. Desde então, a PF já interceptou cerca de 8 toneladas da droga.
De acordo com o delegado federal Osvaldo Scalezi Júnior, 24 pessoas foram presas até o momento. São cumpridos ao todo 97 mandados, entre prisões preventivas, temporárias e buscas, em cinco estados brasileiros e três países: Estados Unidos, Itália e Paraguai. A base da organização criminosa, segundo a PF, operava na Baixada Santista.
As investigações revelaram que a droga era armazenada em cidades do litoral paulista e transportada por lanchas até o alto-mar. Lá, a carga era transferida para embarcações maiores, como pesqueiros e veleiros, que seguiam rumo ao continente africano. O grupo utilizava tecnologia de rastreamento por satélite para coordenar as entregas.
Morgado atraiu holofotes no final de 2024 após o episódio envolvendo um Jeep Compass 2017 sorteado durante a festa de fim de ano da Quadri Contabilidade. A funcionária Larissa Amaral da Silva foi anunciada como vencedora, mas perdeu o carro semanas depois. O empresário alegou que ela não cumpriu metas estipuladas no regulamento, como participação em treinamentos e captação de clientes.
A funcionária foi demitida e, segundo contou ao g1, o veículo apresentava problemas mecânicos desde a entrega. Ela teria feito reclamações internas, o que teria desagradado a direção da empresa. Morgado justificou a demissão por “comportamento inadequado”. Agora, além da polêmica trabalhista, ele enfrenta uma investigação por envolvimento em um dos maiores esquemas de tráfico de drogas já monitorados pela PF a partir da Baixada Santista.
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