Especialista aponta colisão entre massas de ar frio e quente como fator-chave

Créditos: Ventusky
Uma semana após os estragos provocados por um ciclone extratropical, a Baixada Santista pode enfrentar um novo fenômeno semelhante. A possibilidade de formação de outro ciclone na América do Sul foi apontada pelo mestre em Futuro das Mudanças Climáticas pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, Matthaeus Menezes.
Segundo Menezes, o aumento da temperatura dos oceanos tem papel central no cenário atual. O calor acumulado nas águas é transferido para o continente, gerando uma massa de ar quente. Essa massa, ao se chocar com o ar frio vindo do sul do país, cria uma divisão entre áreas de água quente e fria na linha da Argentina — ambiente propício para a formação de ciclones.
Ciclones se formam quando o ar quente e úmido sobe sobre oceanos aquecidos, criando uma área de baixa pressão. O movimento ascendente do ar, ao se resfriar, forma nuvens e libera calor, intensificando a circulação de ventos. A rotação da Terra contribui para que esses ventos assumam formato espiralado em torno do centro do sistema, que pode evoluir até a formação do “olho do ciclone”.
O tipo que ameaça a região é o ciclone extratropical, comum em latitudes médias. Ele surge quando uma massa de ar frio e seco colide com uma massa de ar quente e úmido, provocando chuvas, ventos fortes e queda brusca de temperatura. O fenômeno se organiza em torno de frentes frias e quentes, podendo causar transtornos significativos.
A população da Baixada Santista deve acompanhar os alertas meteorológicos nos próximos dias e adotar medidas de precaução diante da possibilidade do novo evento climático.