Wolney Queiroz e Sergio Moro trocam acusações em audiência sobre fraudes no INSS

Ministro da Previdência afirma que denúncias só vieram à tona após operação; senador o acusa de omissão

Reprodução/Agência Senado

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, participou nesta quinta-feira (15) de audiência na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado Federal, para prestar esclarecimentos sobre fraudes relacionadas a descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. A sessão foi marcada por um embate acalorado entre o ministro e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), com troca de acusações sobre omissão diante das irregularidades.

Durante a audiência, Moro questionou Queiroz sobre sua atuação como secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, cargo que ocupava quando, segundo o senador, foi alertado sobre as fraudes em reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) em junho de 2023. O senador afirmou que o ministro teria sido informado das irregularidades e não tomou providências.

Em resposta, Queiroz negou ter conhecimento prévio das fraudes e rebateu as acusações, lembrando que denúncias sobre descontos indevidos foram feitas em 2020, quando Moro era ministro da Justiça. O ministro questionou se o senador, à época, tomou alguma medida para coibir as irregularidades.

Moro afirmou que as denúncias não chegaram ao seu conhecimento enquanto estava no governo e acusou Queiroz de omissão, alegando que o ministro foi informado diretamente sobre as fraudes em 2023 e não agiu. O senador também mencionou que Queiroz era de confiança do então ministro Carlos Lupi e continua no ministério.

Queiroz reiterou que não tinha conhecimento das fraudes antes da Operação Sem Desconto, deflagrada neste ano, e destacou que foi o atual governo que acionou a Polícia Federal para investigar o esquema. O ministro afirmou que as fraudes não começaram na gestão atual, mas que foi esta que tomou medidas para encerrá-las e responsabilizar os envolvidos.

A audiência foi interrompida pelo presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), que pediu a retomada da ordem nos trabalhos.

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