Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Trump lidera ofensiva conservadora nos bastidores do Vaticano

Morte de Francisco acirra disputa por novo papa

IMAGENS DA INTERNET

A morte do Papa Francisco abriu uma disputa silenciosa, mas intensa, pelos rumos da Igreja Católica. Com o trono de Pedro vago, o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, passou a operar nos bastidores para influenciar diretamente o conclave. O objetivo é claro: garantir a eleição de um papa alinhado à agenda conservadora e à guerra cultural do trumpismo.

Antes mesmo da morte do pontífice, a sucessão papal já era tratada como prioridade estratégica pela Casa Branca. A nomeação de Brian Burch — presidente da CatholicVote e crítico declarado de Francisco — como embaixador dos EUA no Vaticano, acendeu o alerta entre autoridades eclesiásticas. No Vaticano, o gesto foi visto como ofensivo, deixando explícita a tentativa americana de interferência na escolha do próximo papa.

Burch evitou qualquer menção ao papa falecido em seu discurso de posse e, desde então, tem se posicionado como articulador-chave da ofensiva conservadora. Seu discurso público fala em “dignidade humana e bem comum”, mas a atuação nos bastidores busca minar o legado progressista de Francisco e garantir a vitória de um nome ultraconservador.

Entre os favoritos de Trump está o cardeal Raymond Burke, opositor ferrenho das reformas promovidas por Francisco e símbolo da ala mais dura da Igreja. Afastado de cargos de comando, Burke mantém forte influência entre setores tradicionalistas e representa exatamente o perfil desejado pela Casa Branca: contra imigração, direitos LGBTQIA+, moral sexual flexível e descentralização eclesiástica.

A movimentação da CatholicVote é central nessa estratégia. A organização já destinou milhões de dólares a campanhas republicanas e foi decisiva para ampliar o apoio católico a Trump nas últimas eleições, com a maior vantagem registrada entre esse eleitorado nas últimas décadas. Com apoio de Steve Bannon, a entidade mapeou dados de celulares em igrejas para disseminar mensagens pró-Trump.

O plano de influência inclui ainda uma aliança católica no alto escalão do governo: o vice JD Vance, a porta-voz Karoline Leavitt, o embaixador Marco Rubio e até o diretor da CIA, John Ratcliffe. Todos ligados ao núcleo duro do trumpismo, todos atuando para que o próximo papa endosse valores alinhados à nova ordem conservadora global.

Em reação, Francisco ainda tentou conter a ofensiva em seus últimos meses. Nomeou o cardeal Roberto McElroy para a arquidiocese de Washington DC e escreveu uma carta dura aos bispos dos EUA, criticando deportações em massa e políticas anti-imigrantes. Não adiantou. As respostas vieram em tom hostil. Tom Homam, o “czar das fronteiras”, chegou a dizer que o papa deveria “cuidar da própria instituição”.

Com a cadeira de Pedro oficialmente vaga, o confronto entra em sua fase decisiva. O conclave, antes restrito ao universo eclesiástico, virou palco de uma disputa geopolítica com reflexos globais. Para o trumpismo, a Igreja Católica não pode ser apenas observadora: deve ser aliada estratégica na imposição de um novo modelo de poder.

Siga o perfil @isnesportes no Instagram e acompanhe as últimas notícias no ISN Online.

Compartilhe:
Publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *