O prefeito foi pressionado a comentar a crise envolvendo Raquel Gallinati e evitou defender publicamente a secretária.
IMAGENS REDES SOCIAIS
O prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos), participou nesta sexta-feira (25) do jornal ISFM News, apresentado por Paulo Schiff na rádio ISFM. A entrevista tinha como foco os 100 dias de governo em 2025, mas ganhou outro rumo quando a comentarista Patrícia Gorisch questionou o chefe do Executivo sobre a crise envolvendo a secretária de Segurança, Raquel Gallinati — alvo de um pedido de Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal.
Com seu consentimento
Rogério admitiu que sabia, desde o início, da solicitação da secretária por um carro blindado e segurança. Segundo ele, as exigências partiram de uma “medida de segurança”, e não vê problema no pedido. No entanto, afirmou que é preciso agir com prudência. “Ela exerce funções que exigem isso, mas tudo tem que ser feito com cuidado”, disse.
Conflito interno entre o PL
O prefeito ainda apontou um possível componente político na crise. Para ele, a disputa entre Raquel e os vereadores da oposição — todos do mesmo partido, o PL — é uma “questão interna”. “A única conclusão que tiro é que são interesses políticos. São todos do mesmo partido, e o PL sempre esteve com a nossa base. Mas respeito a democracia e a estratégia de cada um, desde que haja respeito”, declarou.
Posicionamento do prefeito
Sobre o episódio que motivou o pedido de investigação, Rogério disse ter conversado com Raquel para ouvir sua versão dos fatos. A secretária teria afirmado que houve “distorção da fala” e que apresentaria provas, mas o prefeito não deixou claro se isso já ocorreu. “As imagens estavam distorcidas. Hoje, com inteligência artificial, não posso afirmar se é verídico ou não”, comentou. Apesar disso, disse aguardar respostas, mas evitou se posicionar: “Tenho opinião, mas não vou externar agora”.
Entenda o caso
O caso ganhou repercussão após a sessão da Câmara no dia 10 de abril, quando o vereador Allison Sales protocolou o Requerimento de CEI nº 1/2025. O pedido ainda será analisado pelas comissões antes de ir à votação, mas com maioria da base governista, há expectativa de resistência para sua aprovação.
Sales acusa a secretária de uso indevido de uma viatura descaracterizada da frota locada da Prefeitura para viagens pessoais entre Santos e São Paulo. De acordo com o parlamentar, o veículo circulou sem adesivos entre junho de 2024 e janeiro de 2025 e só voltou ao padrão original em março deste ano, após denúncias e um período parado na base da Romu.
O vereador também menciona outras supostas irregularidades: veículos da Guarda Municipal estacionados em residências particulares sem justificativa, servidores sendo coagidos a ir a pizzarias e locais privados sem relação com suas funções, e viagens de Raquel sem autorização formal do prefeito, como determina a Lei Municipal nº 4.623/1984.
Até o momento, Raquel Gallinati não se manifestou publicamente sobre as novas acusações. A Prefeitura, por sua vez, segue evitando um posicionamento claro, o que deve prolongar o desgaste político em torno da pasta de Segurança Pública.
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