Parlamentares acusam Plínio Valério e Marcos Rogério de violência política de gênero e quebra de decoro

Reprodução/Agência Senado
A federação PSOL-Rede protocolou nesta quinta-feira (29) representações no Conselho de Ética do Senado contra os senadores Plínio Valério (PSDB-AM) e Marcos Rogério (PL-RO), solicitando a cassação de seus mandatos por quebra de decoro parlamentar. A ação ocorre após declarações ofensivas dirigidas à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, realizada na última terça-feira (27).
Durante a sessão, Marcos Rogério, presidente da comissão, interrompeu a ministra diversas vezes e afirmou que ela deveria “se pôr no seu lugar”. Plínio Valério, por sua vez, declarou que “a mulher merece respeito; a ministra, não”. As falas levaram Marina a se retirar da audiência, alegando desrespeito e agressões verbais.
Em nota, a federação PSOL-Rede classificou as declarações como “violência política de gênero”, destacando traços de racismo e misoginia no ambiente político. Os partidos solicitam que a Mesa Diretora do Senado encaminhe as representações ao Conselho de Ética, com a designação de um relator e a notificação dos senadores denunciados.
O senador Plínio Valério afirmou que não pedirá desculpas à ministra, alegando que sua esposa o expulsaria de casa caso o fizesse. Ele também negou ter sido machista, admitindo apenas ter sido “sem educação”. Marcos Rogério, por sua vez, repudiou a representação, classificando-a como “tentativa de intimidação ideológica” e “patrulhamento político”.
A ministra Marina Silva anunciou que pretende ingressar com ação judicial contra os senadores, alegando ataques sistemáticos com motivações machistas, misóginas e racistas. A assessoria da ministra ainda avalia os caminhos jurídicos para o processo.