Processo pode resultar em nova força política de centro com 28 deputados; dirigentes falam em “recomeço” para o partido tucano

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A executiva nacional do PSDB aprovou por unanimidade o início do processo de fusão com o partido Podemos. A decisão representa o primeiro passo formal rumo à união entre as duas legendas, que juntas somam atualmente 28 cadeiras na Câmara dos Deputados — 13 do PSDB e 15 do Podemos.
Com a aprovação, o partido tucano marcou uma convenção nacional para o dia 5 de junho, quando o tema será votado em definitivo, com previsão de alterações no estatuto e ajustes formais para viabilizar a integração.
A medida foi celebrada por lideranças tucanas como um “recomeço” após anos de crise interna. “Aqueles que apostaram no fim do PSDB estão testemunhando um recomeço”, afirmou Paulo Serra, presidente do diretório paulista da legenda. O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) também ironizou os críticos: “Os que mandaram coroas de flores para nossas exéquias vão ter que pedir reembolso”.
O PSDB enfrenta um desgaste prolongado desde 2012, marcado por derrotas eleitorais e disputas internas. Em 2022, o partido teve seu pior desempenho, ficando fora da disputa presidencial, perdendo o governo de São Paulo e encolhendo sua bancada federal.
A presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), comemorou a iniciativa e destacou a convergência entre os partidos. “A soma de forças entre nossas siglas representa não apenas o crescimento de nossas estruturas, mas, principalmente, a união de propósitos e valores que colocam o interesse público acima de disputas ideológicas e extremismos”, afirmou em nota.
Sob liderança de Marconi Perillo, a executiva do PSDB pretende concluir as negociações com o Podemos nas próximas semanas. A expectativa dos dirigentes é de anunciar a nova força política até o início de junho, consolidando uma alternativa de centro no cenário nacional.