PGR pede prisão preventiva de Carla Zambelli após deputada deixar o Brasil

Parlamentar condenada a 10 anos por invasão de sistema do CNJ afirma estar na Europa para tratamento médico; inclusão na lista da Interpol é avaliada

Reprodução/Palácio do Planalto

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou nesta terça-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após a parlamentar anunciar que deixou o Brasil. Condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli afirmou estar na Europa para tratamento médico e que pretende pedir licença do mandato.

A deputada foi condenada pela Primeira Turma do STF por ser considerada a mandante da invasão ao sistema do CNJ, realizada pelo hacker Walter Delgatti Neto, que inseriu um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Além da pena de reclusão, Zambelli foi condenada à perda do mandato e ao pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos.

Após o anúncio de sua saída do país, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), protocolou uma representação na PGR pedindo a decretação da prisão preventiva de Zambelli, sua inclusão na lista vermelha da Interpol e o início do processo de extradição. O parlamentar argumenta que a deputada representa “risco concreto à aplicação da lei penal, à ordem pública e à integridade das instituições democráticas brasileiras”.

Fontes do STF indicam que, caso a prisão preventiva seja decretada, o nome de Zambelli poderá ser incluído na lista vermelha da Interpol, permitindo sua prisão em outros países. A decisão sobre o pedido de prisão cabe ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.

Em entrevista a uma rádio, Zambelli afirmou que está fora do Brasil há alguns dias e que pretende se estabelecer na Europa, onde possui cidadania. Ela negou que sua saída seja uma fuga e afirmou que continuará atuando politicamente fora do país.

O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, deixou a defesa da deputada após o anúncio de sua saída do país, alegando “motivo de foro íntimo” e afirmando não ter sido informado previamente sobre a viagem.

A PGR também avalia medidas adicionais, como o bloqueio de valores recebidos por Zambelli via doações e a revogação de seu passaporte diplomático. A deputada é investigada por outras ações, incluindo a perseguição armada a um jornalista em 2022 e suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado.

Compartilhe:
Publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *