Paulo Sérgio Nogueira revela como Bolsonaro reagiu após derrota eleitoral

Ex-ministro da Defesa, interrogado no STF, descreveu ex-presidente como “pesaroso, depressivo e doente”

Reprodução/STF

Durante seu depoimento nesta terça-feira (10) à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o general da reserva e ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro ficou profundamente abalado após perder as eleições de 2022.

Nogueira, um dos oito réus no inquérito que apura possível trama golpista para anular o pleito, declarou que, nos meses de novembro e dezembro de 2022, esteve com Bolsonaro aproximadamente 20 vezes, e o encontrou “abatido, pesaroso, depressivo e doente”. A mensagem era clara: a preocupação com o estado emocional do ex-presidente ganhou espaço no diálogo com seus assessores.

Para amparar Bolsonaro durante esse período, Nogueira organizou com os três comandantes das Forças Armadas visitas rotativas ao Palácio da Alvorada, ao longo de cerca de duas semanas. A intenção era proporcionar apoio moral ao ex-presidente, cujo semblante o comparou ao de um “velório” nos primeiros 15 dias após a derrota. Só então, segundo ele, Bolsonaro começou a se recompor.

Nogueira também aproveitou o momento para negar que Bolsonaro tivesse pressionado por mudanças no relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas. O ex-ministro afirmou que jamais sofreu qualquer influência do ex-presidente nesse sentido — nem para apresentar documentos antes ou depois das eleições, nem com propósitos de manipulação.

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