Presidente da Câmara avalia nome força de oposição após tensão com governo Lula
Reprodução/Agência Senado
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos‑PB), estuda nomear o deputado federal Nikolas Ferreira (PL‑MG), alinhado à ala bolsonarista, para presidir a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS. A iniciativa surge em meio a um crescimento da crise política entre o Poder Legislativo e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), qualificado por Motta como um problema gerado pela retórica do “nós contra eles” após a derrubada do decreto que reajustava o IOF.
Inicialmente, Motta buscava a indicação de um nome do Centrão para a comissão. Agora, no entanto, estaria inclinado a apoiar um perfil mais combativo, caso o Planalto não adote uma postura conciliatória. Aliados do presidente da Câmara afirmam que a manobra objetiva pressionar o Executivo a reduzir críticas e adotar uma estratégia de pacificação. Ferreira, com forte presença nas redes, obteve grande visibilidade ao criticar medidas do ministro Fernando Haddad (Fazenda), e seu vídeo sobre fiscalização alcançou cerca de 300 milhões de visualizações — outro elemento na mira de Motta para reforçar a oposição.
Caso seja efetivado, o relatório da CPMI ficará a cargo de Ferreira, o que pode aprofundar a tensão com o governo e acentuar o desgaste da base aliada. O PL e outros integrantes da chamada “mesa de Motta” analisam essa nomeação como forma de demonstrar força do Congresso frente ao Executivo, intensificando o papel político da comissão.