Deputada e hacker Walter Delgatti são acusados de inserir documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça; julgamento ocorrerá no plenário virtual da Primeira Turma do Supremo

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 9 de maio o início do julgamento da ação penal contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti. Ambos são réus por envolvimento na invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida entre agosto de 2022 e janeiro de 2023. O julgamento será realizado em plenário virtual e está previsto para encerrar em 16 de maio, salvo pedido de vista ou destaque por algum ministro.
Acusações de falsidade ideológica e invasão de sistema
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli teria sido a autora intelectual da invasão, com o objetivo de inserir documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Delgatti, por sua vez, é acusado de executar a invasão e inserir os documentos fraudulentos.
A PGR sustenta que os atos dos réus atentaram contra a segurança do Poder Judiciário e pede a condenação por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Defesa e possíveis consequências
Zambelli nega as acusações de ter solicitado o hackeamento realizado por Delgatti, que, por outro lado, reafirma as imputações e confirma a solicitação.
Caso condenada, a deputada poderá enfrentar penas que incluem a perda do mandato parlamentar. A decisão final caberá aos ministros da Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.