Desinfecção de granja em Montenegro ainda não foi concluída; contagem de 28 dias para status livre da doença deve começar na quinta-feira

Reprodução/Governo RS
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, reuniram-se nesta segunda-feira (20) para tratar do surto de gripe aviária (H5N1) no estado. O encontro terminou sem a definição do “marco zero” — data que marca o início do período de 28 dias sem novos focos, necessário para que o Brasil seja considerado livre da doença.
O primeiro foco foi identificado em uma granja comercial em Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre. Além disso, 38 cisnes morreram no zoológico de Sapucaia do Sul, também no RS. A previsão inicial era iniciar a contagem nesta quarta-feira (21), mas a desinfecção da granja ainda não foi concluída. “Não será possível ser amanhã, porque tem que ser muito robusto mesmo. Isso vai garantir que nos 28 dias seguintes não teremos novos focos pelo Brasil”, afirmou Leite.
Fávaro destacou a importância da atuação conjunta entre os governos federal, estadual e municipal para conter o avanço do vírus. “A parceria com o estado do Rio Grande do Sul e a Secretaria de Agricultura tem sido fundamental. A atuação tripartite mostra a robustez do sistema sanitário brasileiro e está permitindo que o bloqueio seja eficiente, impedindo a disseminação do vírus”, afirmou o ministro.
O governador Leite reforçou a importância do trabalho conjunto e elogiou a dedicação das equipes técnicas envolvidas. “Estamos muito tranquilos com os encaminhamentos. O trabalho está sendo feito com responsabilidade, e isso mostra o compromisso do sistema de defesa sanitária brasileiro e gaúcho”, afirmou.
Além da gripe aviária, a reunião abordou a situação financeira dos produtores rurais gaúchos, afetados por mais um ano de estiagem. Fávaro sinalizou que o governo federal reconhece a necessidade de prorrogar as dívidas dos agricultores e trabalhará em uma proposta mais estruturada para dar fôlego ao setor. “A prorrogação é um consenso entre os ministérios da Agricultura e Pecuária, da Fazenda e do Planejamento e Orçamento. Mas queremos ir além, construir uma solução que dê condições reais de investimento aos produtores, considerando as boas práticas, irrigação e manejo de solo”, explicou o ministro.