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Argentina busca entrada sem visto nos EUA

Medida reforça aproximação diplomática com Washington, enquanto Brasil enfrenta tensão comercial com tarifa de 50%

Créditos:  Emiliano Lasalvia / AFP

O governo da Argentina anunciou, nesta segunda-feira (28), que iniciou oficialmente o processo de adesão ao programa norte-americano de isenção de vistos, o Visa Waiver Program. A iniciativa faz parte da estratégia de aproximação diplomática do presidente Javier Milei com os Estados Unidos, em especial com a gestão de Donald Trump, reforçando laços ideológicos e pragmáticos entre os dois países.

A adesão ao programa, no entanto, não é imediata e depende do cumprimento de exigências migratórias e de segurança estabelecidas por Washington. Caso aprovada, a Argentina se unirá a um seleto grupo de 42 países, entre eles o Chile — único na América Latina a integrar atualmente o programa. A medida permitirá que cidadãos argentinos possam viajar aos EUA para turismo ou negócios por até 90 dias sem a necessidade de visto, mediante autorização prévia e pagamento de uma taxa reduzida.

O anúncio ocorreu em meio à visita da secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kristi Noem, à Casa Rosada, e reforça o contraste com a atual relação entre Brasil e Estados Unidos. Enquanto Buenos Aires avança com concessões diplomáticas, Brasília lida com o agravamento da crise comercial provocada por novas tarifas impostas pela gestão Trump. A partir da próxima sexta-feira (1º), produtos brasileiros estarão sujeitos a uma taxação de 50% para entrada no mercado norte-americano.

As negociações para isenção de visto ao Brasil foram iniciadas ainda em 2011, mas não avançaram. Com o retorno de Trump ao poder, as conversas ficaram paralisadas e as decisões comerciais passaram a ser concentradas no núcleo político da Casa Branca, dificultando a atuação das equipes técnicas do Itamaraty e do USTR.

Especialistas indicam que o viés geopolítico tem moldado as ações comerciais dos EUA, com foco em fortalecer aliados estratégicos na América do Sul e conter a influência da China na região. Além disso, apontam que interesses americanos em recursos naturais, como as terras raras brasileiras, também influenciam o clima de tensão nas relações bilaterais.

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