Impactos já são sentidos com suspensão de contratos, demissões e perdas milionárias em setores como mel, pescados, frutas e alimentos

Créditos: Imagem: iStock/wenjin chen
Mesmo antes de sua implementação oficial, o chamado tarifaço anunciado pelos Estados Unidos contra o Brasil já provoca efeitos concretos em diversos setores da economia nacional. Indústrias e produtores que dependem do mercado norte-americano enfrentam contratos suspensos, mercadorias retidas e demissões, revelando o impacto antecipado de uma medida ainda não formalizada.
Milhões em perdas com o mel do Piauí
Produtores de mel do Nordeste enfrentam a paralisação de embarques destinados aos Estados Unidos. Mais de 150 toneladas deixaram de ser exportadas em menos de um mês, gerando prejuízos superiores a R$ 2 milhões. Empresas relatam insegurança jurídica e interrupção de contratos à espera de definições comerciais.
Demissões na indústria paranaense
No Sul do país, uma empresa de alimentos desligou 100 funcionários alegando inviabilidade de manter operações voltadas à exportação. A suspensão de novos pedidos por compradores norte-americanos tornou insustentável a continuidade de parte da produção, e o setor teme novos cortes nas próximas semanas.
Pescado retido e perdas acumuladas
A cadeia da pesca também sente os efeitos da crise comercial. Mais de 1.000 toneladas de pescado estão paradas, à espera de uma solução diplomática. As indústrias relatam queda brusca na demanda e custos crescentes para armazenamento e manutenção da qualidade dos produtos.
Mangas encalhadas em contêineres
A fruticultura, especialmente a produção de manga no Nordeste, enfrenta cenário semelhante. Milhares de contêineres prontos para embarque seguem retidos. Com prazos curtos de validade, produtores já contabilizam prejuízos irreversíveis, enquanto parte da colheita corre o risco de ser descartada.