A situação continua tensa, com o risco de uma escalada nuclear à medida que as trocas de ameaças entre EUA e Rússia ganham força, enquanto o mundo observa as repercussões desse confronto
Créditos: REUTERS/Nathan Howard
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que posicionou dois submarinos nucleares em “regiões apropriadas” após ameaças feitas por Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa. A declaração de Trump ocorreu um dia depois de Medvedev ter mencionado o sistema “Mão Morta”, desenvolvido na era soviética, que permite a retaliação automática com mísseis nucleares caso a liderança russa seja eliminada.
Medvedev, aliado próximo de Vladimir Putin, fez suas declarações em resposta à proposta de tarifas contra compradores de petróleo russo, apresentada pelos EUA. Ele alertou Trump sobre o poder destrutivo do sistema de retaliação nuclear da Rússia. Em uma publicação no Truth Social, Trump reagiu às ameaças e revelou o deslocamento dos submarinos nucleares, destacando a importância de palavras em contextos internacionais e a possibilidade de consequências indesejadas caso a situação se agrave. Contudo, Trump não detalhou as localizações exatas dos submarinos.
O sistema “Mão Morta” é considerado uma arma de destruição em massa, com capacidade de reagir automaticamente a um ataque nuclear que resulte na eliminação da liderança russa. A Rússia já se referiu a ele como uma “arma apocalíptica”, dada sua função de garantir retaliação mesmo após um possível ataque devastador.
Além da movimentação militar, Trump também comentou sobre as mortes de soldados durante o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, lamentando as perdas de ambos os lados. Ele voltou a pedir que as nações cheguem a um acordo de cessar-fogo. No início da semana, o presidente dos EUA sugeriu um prazo de 10 dias para o governo russo aceitar uma proposta de trégua de 60 dias, sob pena de sofrer sanções comerciais severas, incluindo tarifas de até 100%.
A troca de declarações entre Trump e Medvedev teve início após o ex-presidente russo criticar a proposta de tarifas de Trump, chamando-a de “jogo de ultimatos” que poderia aumentar a tensão entre as duas potências. Em resposta, Trump alertou Medvedev sobre o risco de suas palavras e sugeriu que ele deveria ser mais cauteloso. Medvedev, por sua vez, afirmou que Trump demonstrava nervosismo, o que indicaria que a Rússia estava no “caminho certo”.
Medvedev, desde o início da guerra na Ucrânia, tem sido uma das vozes mais agressivas do Kremlin contra o Ocidente. Seus discursos refletem, segundo analistas, uma parte do pensamento estratégico de Moscou, ainda que muitos o considerem irresponsável em suas declarações.
Apesar de ter defendido Putin em um primeiro momento, Trump mudou seu tom nos últimos meses. Recentemente, ele se disse “decepcionado” com o presidente russo, que, segundo o líder americano, não cumpriu com suas expectativas de um acordo de paz. Em um pronunciamento recente, Trump chegou a classificar Putin como “inútil”.
