Israel anuncia ofensiva sem precedentes em Gaza com planos de ocupar 75% do território

Operação visa desmantelar o Hamas e já provoca crise humanitária com milhares de deslocados

Reprodução/X

Israel anunciou uma ofensiva militar sem precedentes na Faixa de Gaza, com o objetivo de ocupar até 75% do território em um prazo de dois meses. A operação, parte da estratégia denominada “Carros de Gideão”, busca desmantelar a infraestrutura militar e administrativa do Hamas, além de resgatar reféns israelenses ainda mantidos pelo grupo.

Como parte da ofensiva, o Exército israelense ordenou a evacuação de quase todo o sul de Gaza, incluindo as cidades de Khan Yunis, Bani Suheila, Abasan e Al Qarara, instando os residentes a se deslocarem para Al Mawasi, na costa sudoeste. A medida afeta cerca de dois milhões de palestinos, que seriam concentrados em apenas 25% do enclave, cercados por forças israelenses.

A escalada do conflito já resultou em ataques aéreos intensos. Um bombardeio israelense atingiu uma escola em Gaza que servia de abrigo para famílias deslocadas, deixando ao menos 36 mortos, incluindo 18 crianças, e 55 feridos, segundo autoridades locais.

A situação humanitária em Gaza é crítica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) denuncia escassez severa de suprimentos médicos, com 64% do equipamento médico esgotado, além de 43% dos medicamentos essenciais e 42% das vacinas indisponíveis. Embora Israel tenha permitido a entrada de cerca de 300 caminhões com ajuda humanitária, a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) afirma que seriam necessários entre 500 e 600 caminhões para atender às necessidades básicas da população.

A comunidade internacional expressa crescente preocupação com a ofensiva israelense. O chanceler alemão Friedrich Merz criticou pela primeira vez as ações de Israel, acusando o país de violar o direito internacional humanitário em Gaza. Apesar disso, a Alemanha continuará fornecendo armas a Israel, conforme declarado pelo ministro das Relações Exteriores Johann Wadephul.

A operação “Carros de Gideão” representa uma das maiores mobilizações militares de Israel na região, com a convocação de 450 mil reservistas. O governo israelense afirma que a ofensiva continuará até que o Hamas seja completamente desmantelado, mesmo diante das críticas e do agravamento da crise humanitária.

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