Tensão no Oriente Médio eleva risco de bloqueio na principal rota de óleo mundial, com impactos nos mercados globais
Reprodução/Google Maps
A tensão no Oriente Médio atingiu novo patamar após parlamentares iranianos afirmarem que Teerã pode fechar o Estreito de Ormuz caso os Estados Unidos entrem diretamente no conflito com Israel. Essa pequena faixa marítima, entre Irã e Omã, é responsável pelo transporte de cerca de 20% do petróleo global, além de representar um canal estratégico para o comércio mundial.
Os mercados reagiram imediatamente: o Brent atingiu valores acima de US$ 75 e chegou a cravar US$ 78 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) superou os US$ 74. A elevação, em torno de 10% em poucos dias, reflete o receio de um choque de oferta, mesmo com analistas apontando que o mercado global ainda conta com estoques confortáveis, graças à capacidade em excesso da OPEP e ao avanço do shale oil nos EUA.
Especialistas ponderam que um fechamento real do Estreito de Ormuz seria uma estratégia drástica, já que prejudicaria o próprio Irã e exigiria resposta militar dos EUA e aliados para reabrir a rota. Apesar disso, cresce o temor por um evento geopolítico que poderia elevar o preço do barril a até US$ 100 ou mais, se a passagem ficasse bloqueada por tempo prolongado.
No cenário diplomático, a China alertou que a instabilidade no Golfo pode ameaçar a paz global, enquanto países ocidentais avaliam reforçar a presença naval na região para proteger a navegação, à semelhança das operações conjuntas que já acompanham o tráfego marítimo no Estreito.
O quadro permanece volátil, com o risco de escalada militar e impactos econômicos refletidos no bolso dos consumidores – caso a alta do petróleo se traduza em combustíveis mais caros. A comunidade internacional acompanha com apreensão os próximos passos do Irã, dos EUA e do mercado global de energia.
