Nova exigência mira visitantes que ultrapassam prazo de permanência; programa Gold Card oferece caminho para cidadania com investimento milionário
Créditos: Carlos Severo/Fotos Públicas
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (4) a criação de um programa piloto que exigirá o pagamento de caução de até US$ 15 mil — cerca de R$ 82 mil — para determinados vistos de turismo e negócios. A medida, que entra em vigor nas próximas duas semanas, tem como objetivo principal desestimular visitantes que permanecem no país após o vencimento de seus vistos.
Além da nova caução, os EUA vêm ampliando iniciativas voltadas à atração de estrangeiros com alto poder aquisitivo. Desde abril, está disponível o chamado “Gold Card”, um documento que, mediante investimento mínimo de US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 30 milhões), abre caminho para a cidadania americana.
A proposta visa substituir o programa EB-5, em vigor atualmente, que concede residência permanente a estrangeiros que criem empregos para americanos ou invistam em empreendimentos nos EUA. Segundo o secretário do Comércio, Howard Lutnick, o modelo anterior apresentava vulnerabilidades e preços considerados baixos para a obtenção da residência permanente.
O Gold Card, segundo o governo, oferece mais benefícios que o tradicional Green Card. Os candidatos passarão por uma análise rigorosa antes da emissão do visto, e o documento deve se tornar uma nova rota para obtenção da cidadania norte-americana. A iniciativa busca reduzir o déficit financeiro do país, atrair investimentos estrangeiros e facilitar a entrada de mão de obra especializada. Empresas americanas poderão adquirir os vistos para empregar profissionais estrangeiros.
Apesar do otimismo do governo, programas semelhantes enfrentam críticas na Europa. Países como Reino Unido, Portugal e Espanha encerraram ou restringiram seus programas de “Golden Visa” após recomendações da Comissão Europeia, que levantou preocupações com segurança interna e lavagem de dinheiro.
Nos Estados Unidos, o anúncio do Gold Card também gerou questionamentos sobre a possível entrada de oligarcas russos. O presidente Donald Trump reconheceu a possibilidade e minimizou os riscos, afirmando que conhece alguns oligarcas que seriam “pessoas muito boas”.
