Com crescimento no número de empregos formais e massa salarial recorde, mercado de trabalho brasileiro segue aquecido, mas pressiona inflação e mantém juros elevados

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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o menor índice para o período desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012. Em comparação com o mesmo trimestre de 2024, quando a taxa era de 7,1%, houve uma redução significativa de 0,9 ponto percentual.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu um recorde de 39,8 milhões, representando um aumento de 0,5% em relação ao trimestre anterior e de 3,7% em relação ao ano passado. Além disso, o rendimento médio real mensal dos trabalhadores permaneceu estável em R$ 3.457, enquanto a massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 354,6 bilhões, alta de 1,8% ante igual período do ano anterior.
Apesar dos dados positivos, economistas alertam que o mercado de trabalho aquecido pode exercer pressão sobre a inflação, especialmente no setor de serviços. Esse cenário dificulta a redução da taxa básica de juros, que permanece elevada em 15%, conforme decisão recente do Banco Central.
A taxa de informalidade no mercado de trabalho também registrou queda, atingindo 37,8%, o menor nível desde 2020. No entanto, especialistas destacam que o crescimento do emprego tem sido mais expressivo em setores informais e de baixa complexidade, o que limita ganhos de produtividade e pode comprometer o crescimento sustentável da economia.