Queda no PIB americano e guerra comercial elevam riscos para exportações brasileiras e crescimento mundial

Foto: Isac Nóbrega/PR
A economia dos Estados Unidos iniciou 2025 em retração, com o Produto Interno Bruto (PIB) caindo 0,3% no primeiro trimestre. Esse desempenho negativo é atribuído, em grande parte, às políticas protecionistas adotadas pelo presidente Donald Trump, que impôs tarifas de até 145% sobre produtos chineses e 25% sobre aço e alumínio, afetando diretamente países exportadores como o Brasil.
As medidas tarifárias desencadearam uma corrida de empresas americanas para antecipar importações, resultando em um aumento de 41,3% nas compras externas no período. Esse movimento, embora tenha impulsionado temporariamente as importações, contribuiu para a contração do PIB, já que importações são subtraídas no cálculo do crescimento econômico.
A desaceleração da economia americana tem efeitos globais. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo a projeção de crescimento mundial em 2025, de 3,0% para 2,7%, alertando para os riscos de uma recessão global impulsionada pelas políticas comerciais dos EUA.
No Brasil, os impactos já são sentidos. A desvalorização do dólar frente ao real, que já acumula uma queda de 8%, afeta a competitividade das exportações brasileiras. Além disso, a imposição de tarifas sobre o aço e alumínio brasileiros prejudica setores importantes da economia nacional.
Economistas alertam que a continuidade dessa guerra comercial pode levar a uma estagflação, combinando baixo crescimento econômico com inflação elevada, tanto nos EUA quanto em países emergentes como o Brasil. A incerteza global também afeta os mercados financeiros, com quedas significativas nas bolsas de valores e aumento da volatilidade.
Diante desse cenário, analistas recomendam cautela na política fiscal e monetária brasileira, além de estratégias para diversificar mercados de exportação e reduzir a dependência do comércio com os Estados Unidos.