Real perde força e vale apenas 13% do que valia em 1994

Moeda brasileira perde valor real e assusta consumidores

IMAGENS DA INTERNET

O Real, moeda criada com a promessa de estabilidade econômica, perdeu 87% do seu valor desde que começou a circular em julho de 1994. Uma nota de R$ 5 hoje tem o poder de compra equivalente a apenas R$ 0,64 da época, segundo levantamento com base na inflação acumulada de 686,64% no período.

A desvalorização do Real reflete diretamente no bolso dos brasileiros, que a cada ano conseguem comprar menos com o mesmo valor em cédula. O economista Robson Gonçalves, da FGV, resume o problema: “Você não consegue mais comprar as mesmas coisas com o mesmo dinheiro”. Em outras palavras, a moeda perde valor à medida que os preços aumentam — e é exatamente isso que a inflação faz.

Esse fenômeno não é exclusividade do Brasil, mas a intensidade preocupa. Nos Estados Unidos, por exemplo, o dólar perdeu pouco mais da metade do poder de compra desde 1994, enquanto o Real praticamente evaporou. O IPCA, índice oficial de inflação no país, é usado como base para calcular essa corrosão do valor.

Mesmo as cédulas lançadas anos depois também sofreram perdas expressivas. A nota de R$ 2, criada em 2001, hoje compra o equivalente a R$ 0,50. A de R$ 20, lançada em 2002, encolheu para R$ 5,18. E a de R$ 200, criada em 2020, já perdeu R$ 50 em poder de compra, valendo apenas R$ 149,67.

Quando o Real foi lançado, o país enfrentava uma hiperinflação de mais de 4.900% ao ano. A nova moeda chegou com a promessa de estabilidade. Em 2025, a inflação acumulada em 12 meses está em 5,06%, mas a percepção da população é de que o dinheiro continua desaparecendo a cada ida ao mercado.

Desde 1994, o Brasil teve quatro picos de inflação acima de 10% ao ano, todos ligados a crises políticas ou econômicas: em 1995 (22,41%), 2002 (12,53%), 2015 (10,67%) e 2021 (10,06%). Segundo Gonçalves, em períodos de incerteza, empresários se antecipam e aumentam preços para se proteger dos riscos futuros.

A inflação acumulada nas últimas três décadas mostra o impacto contínuo: 151,88% de 1994 a 2004, 70,03% entre 2004 e 2014, e 82% de 2014 até agora. Mesmo com índices anuais considerados “controlados”, o acúmulo é suficiente para corroer silenciosamente o valor real da moeda brasileira.

Na prática, o número estampado na nota já não representa mais o que ela realmente vale — e isso alimenta críticas à condução econômica do país, inclusive dentro do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O medo da volta da inflação alta ainda assombra, e a conta continua chegando no bolso do cidadão comum.

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