Revista britânica aponta isolamento diplomático e fragilidade política do presidente no Brasil

Reprodução/Palácio do Planalto
A revista britânica The Economist publicou uma análise crítica sobre o atual cenário político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacando a perda de protagonismo internacional e o desgaste da base de apoio dentro do país. Segundo a publicação, o Brasil, sob o comando de Lula, vem enfrentando crescente isolamento em relação às democracias ocidentais e, ao mesmo tempo, o presidente sofre derrotas significativas no Congresso Nacional, que comprometem sua capacidade de governar.
O texto ressalta que, no plano interno, Lula demonstrou fragilidade política ao sofrer a derrubada de um decreto presidencial que elevava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida, rejeitada pela maioria do Congresso, foi classificada pela revista como um revés inédito em três décadas e um indicativo da dificuldade do presidente em dialogar com o Legislativo.
Já no cenário externo, The Economist aponta que o Brasil vem se afastando de parceiros tradicionais, como Estados Unidos e países europeus, ao adotar uma postura considerada desalinhada em crises diplomáticas recentes. O Itamaraty, por exemplo, criticou publicamente ataques dos EUA ao Irã, o que, segundo a publicação, reforçou a percepção de isolamento em meio às democracias ocidentais. A revista também destaca que Lula não buscou estreitar relações com o governo de Donald Trump, enquanto sua aproximação com Rússia e China se intensificou, o que ampliou a distância em relação a Washington.
A análise menciona ainda as tentativas frustradas de Lula em assumir protagonismo global, citando a viagem à Rússia com a intenção de atuar como mediador no conflito envolvendo a Ucrânia. A visita, porém, não resultou em avanços, sendo praticamente ignorada pelo presidente russo Vladimir Putin. Além disso, a publicação avalia que Lula tem encontrado dificuldades para mobilizar os países vizinhos da América Latina em torno de pautas comuns, como o enfrentamento das tensões comerciais com os Estados Unidos e o aumento das deportações de migrantes.
Por fim, The Economist conclui que, caso a oposição brasileira consiga articular um candidato único e competitivo para as eleições de 2026, Lula enfrentará sérias dificuldades para garantir a reeleição, cenário que, de acordo com a revista, se torna mais provável diante do enfraquecimento político e do isolamento diplomático que o governo atual atravessa.