Moeda norte-americana é pressionada por criação de vagas acima do esperado e sinalizações de reaproximação entre Washington e Pequim

Reprodução/Internet
O dólar comercial operou em queda na manhã desta sexta-feira (2), atingindo R$ 5,6284 por volta das 10h30, uma baixa de 0,85% no mercado à vista. A desvalorização reflete a combinação de dados positivos do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a expectativa de retomada das negociações comerciais entre EUA e China.
O relatório de empregos (payroll) dos EUA, divulgado nesta sexta, apontou a criação de 177 mil vagas em abril, superando a mediana das previsões de 138 mil. O resultado sugere uma economia ainda aquecida, o que reduz a probabilidade de cortes imediatos na taxa de juros pelo Federal Reserve. Segundo o CME Group, a chance de redução dos juros passou a ser maior em julho (87,6%), em vez de junho.
Paralelamente, o Ministério do Comércio da China informou que está disposto a abrir negociações sobre tarifas com os EUA, desde que Washington demonstre “sinceridade” e esteja preparado para corrigir “práticas equivocadas”, incluindo o cancelamento de tarifas unilaterais. A sinalização de reaproximação entre as duas maiores economias do mundo contribuiu para a queda do dólar, ao reduzir as tensões na guerra comercial e estimular o ingresso de capital estrangeiro em mercados emergentes.
Com a agenda econômica doméstica esvaziada devido ao feriado do Dia do Trabalhador, o foco dos investidores brasileiros permanece voltado para o cenário externo. A combinação de fatores internacionais favoráveis tem influenciado positivamente o câmbio, com o dólar acumulando queda superior a 8% no ano.