Copom anuncia sétima alta consecutiva e sinaliza pausa para avaliar efeitos do aperto monetário

Reprodução/Banco Central
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de 14,75% para 15% ao ano, nível não registrado desde julho de 2006.
Foi a sétima alta seguida desde setembro de 2024, um dos ciclos de aperto mais intensos em duas décadas. O Copom adotou decisão unânime e ressaltou que pretende manter a taxa elevada “por período bastante prolongado”, para observar os efeitos acumulados do aperto antes de decidir sobre novos ajustes.
A elevação visa conter a inflação, que atualmente está acima da meta central (3% com tolerância de ±1,5 p.p.), com a taxa oficial na faixa dos 15% ao ano. O Banco Central optou por uma postura cautelosa, deixando claro que não descarta novas altas caso as expectativas inflacionárias se desancorem novamente.
Contexto e consequências
- A decisão foi tomada mesmo com expectativas de que o ciclo de alta estivesse próximo do fim, já que economistas esperavam uma pausa ao redor de 14,75%.
- A inflação oficial fechou em cerca de 5,3% ao ano em maio, bem acima do teto da meta.
- O real tem se fortalecido (alta de cerca de 13% em 2025), beneficiado pelo diferencial entre as taxas de juros internacionais e as domésticas .
- Com o aperto monetário, cresce a pressão para que o governo contorne possíveis impactos na atividade econômica, especialmente em meio ao pacote fiscal e reajustes orçamentários.
Os analistas agora passam a observar se a intenção de pausa do Copom se confirmará na próxima reunião, programada para julho, ou se haverá recorrência de novos ajustes, caso as metas não sejam atingidas.