Clube pode ser punido por dívidas com o mecanismo de gestão financeira Profut

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Além da fase turbulenta dentro de campo, o Corinthians vive um momento delicado fora das quatro linhas.
Na última segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Timão aprovou o processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo.
A decisão ainda não é definitiva, uma vez que os sócios devem votar pela destituição do mandatário na Assembleia Geral, que ainda não foi marcada.
Com o afastamento temporário de Augusto Melo, o primeiro vice-presidente do clube, Osmar Stabile, assumiu o cargo mais alto no Timão.
Durante sua coletiva de apresentação, Stabile precisou abrir o jogo sobre a realidade financeira do Corinthians, marcada por problemas de fluxo de caixa.
Em apenas 24 horas, a gestão temporária identificou certos impasses que dificultarão a quitação de dívidas imediatas, entre elas a rescisão do técnico Ramón Díaz.
O treinador argentino foi demitido pelo Corinthians no dia 17 de abril, após a derrota em casa para o Fluminense (2 a 0) na 4ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Risco do Profut
Existem, ainda, compromissos que devem ser honrados com outros clubes (parcelas de transferências de jogadores) e com o Profut, criado em 2015, diante da Lei 13.155.
O Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro tem como objetivo justamente otimizar a gestão dos clubes nacionais.
Caso os tributos não estejam com o pagamento em dia, os clubes devedores podem ser impedidos de participar de competições esportivas até a quitação.
A exclusão do Profut obrigaria o Corinthians a regularizar as pendências a curto prazo, já que o clube não poderia mais negociar suas dívidas junto ao Governo.
O próprio presidente interino Osmar Stabile apontou que, caso o time paulista tenha mais de três parcelas atrasadas, o risco de exclusão será grande.
Neste momento, o Timão está perto de completar o terceiro mês de inadimplência, o que acende o sinal vermelho nos bastidores do clube.
Para se ter uma ideia, a dívida do Corinthians subiu mais de R$800 milhões na temporada 2024 – valor que pode ser ainda maior até o final de 2025.
Atritos internos
Na coletiva de apresentação, Stabile admitiu estar surpreso com a saúde financeira do clube.
“Terra arrasada, porque temos que pagar alguma coisa e não tem dinheiro. Onde está o dinheiro? Não tem. Temos que correr atrás para conseguir”, declarou o interino.
Osmar Stabile classificou a situação financeira como “delicada”, em razão dos “compromissos enormes” que ainda devem ser cumpridos a curto prazo.
De acordo com a gestão anterior, Augusto Melo deixou cerca de R$ 5 milhões no caixa do clube. Os vencimentos mensais do futebol profissional giram em torno de R$ 22,5 milhões.
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