Julio Casares admite tendência à SAF no São Paulo

Presidente vê modelo empresarial como inevitável e busca parceiro internacional

Créditos: Gledston Tavares / Eurasia Sport Images / Getty Images

O presidente do São Paulo, Julio Casares, voltou a falar abertamente sobre a possibilidade de o clube adotar um modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ou algo semelhante nos próximos anos.

Em entrevista ao programa “Alt Tabet”, Casares afirmou que enxerga esse caminho como uma tendência inevitável para quem deseja manter competitividade esportiva e saúde financeira.

Apesar de reconhecer a resistência interna no São Paulo à transformação em uma SAF “pura”, Casares deixou claro que o modelo empresarial será adotado de alguma forma. “A SAF não é um milagre, mas acredito que o melhor modelo é algo que priorize a gestão do futebol”, afirmou.

O dirigente ressaltou que os clubes que não buscarem esse tipo de estrutura ficarão para trás. “Não posso dizer que o SPFC vai virar uma SAF pura, mas é uma tendência que, se o SPFC não tiver algum acordo empresarial, ele vai competir menos”, declarou.

Uma das estratégias em estudo é uma parceria com o empresário grego Evangelos Marinakis, dono de clubes como Nottingham Forest (Inglaterra), Olympiacos (Grécia) e Rio Ave (Portugal).

O foco do investimento seria nas categorias de base, principalmente em Cotia, que hoje representa o principal ativo esportivo do clube.

Casares reforçou que o acordo com Marinakis não envolveria a venda da base, mas sim um modelo de parceria em que o investidor aportaria recursos e receberia percentuais nas negociações de atletas formados no clube.

“Vou ter alguém que me coloca dinheiro e, quando eu vender o jogador, ele vai ter o percentual dele, mas eu vou entrar no mercado firme”, explicou.

O presidente também fez críticas ao atual cenário, em que os atletas da base chegam ao profissional já com seus direitos econômicos divididos entre empresários e familiares. Ele usou como exemplo a venda do zagueiro Lucas Beraldo ao PSG. “Eu vendi o Beraldo e eu tinha 60% só dele, ele já veio fatiado.”

Segundo Casares, o objetivo é que o São Paulo tenha condições de disputar contratações de peso a partir de 2027 ou 2028.

“Em 2027, 2028 o São Paulo começa a dar os primeiros passos para disputar jogadores importantes com outros clubes com mais dinheiro em caixa, como o Palmeiras”, projetou.

O planejamento da atual gestão mira 2030, ano do centenário do clube, como o marco de um São Paulo mais estruturado, competitivo e com projeção internacional.

“Em 2030, o SPFC será um grande clube. Não vou iludir e dizer que no próximo ano já vai estar bom. Mas vamos trabalhar para sermos um player mundial”, declarou.

A situação financeira segue sendo um dos principais desafios. A dívida total do clube aumentou de R$ 856 milhões em 2023 para R$ 968,2 milhões em 2024. Casares promete trabalhar para reduzir esse montante até o centenário. O balanço detalhado do ano ainda será publicado pelo clube.

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