A Copa dos Clubes está longe de ser a Disney do futebol

Torneio sofre críticas por más condições nos estádios e impacto no calendário europeu

Créditos: Getty Images / Reprodução

O novo Mundial de Clubes foi idealizado para ser uma vitrine global do futebol, reunindo potências e promovendo o espetáculo em estádios icônicos dos Estados Unidos. Mas bastaram os primeiros jogos para que a promessa de grandeza desse lugar ao caos.

Torcedores relataram falta de água e condições perigosas no Rose Bowl, na Califórnia, durante PSG x Atlético de Madrid. Sob calor de 31ºC, espectadores enfrentaram longas filas, não encontraram barracas de água e recorreram a estações de nebulização.

O jornal The Guardian ouviu relatos de que o público só encontrava cerveja à venda, enquanto bebedouros tinham filas extensas. A partida, marcada ao meio-dia local, atraiu cerca de 81 mil pessoas ao estádio, que tem capacidade para 90 mil.

John Celmins, torcedor presente no jogo, disse ao jornal britânico que era impossível comprar água e que o calor era insuportável. Segundo ele, o estádio não oferecia estações extras e a situação gerou riscos à saúde dos presentes.

As dificuldades começaram já na entrada. Só eram permitidas garrafas plásticas transparentes e vazias, e muitos tiveram que descartar suas garrafas antes de passar pela segurança. Após isso, enfrentaram até 45 minutos de fila por um simples copo d’água.

Houve registros de aglomeração nas estações de nebulização e pessoas se jogando água umas nas outras para suportar o calor. A facilidade de acesso à cerveja contrastou com a escassez de água potável, gerando revolta entre os torcedores.

Nas redes sociais, as críticas explodiram. Um torcedor escreveu: “Estamos com queimaduras de sol por toda parte. Eles nem deixaram a gente trazer água. Este foi o estádio mais louco que já vi na vida”. Outros mencionaram risco real à saúde.

O Rose Bowl, palco da final da Copa de 1994, está fora da lista de sedes da Copa de 2026. Mesmo assim, a experiência foi tão traumática que torcedores disseram repensar a ideia de acompanhar a próxima Copa nos EUA após o que chamaram de “desastre logístico”.

Paralelamente, o presidente da La Liga, Javier Tebas, fez duras críticas ao torneio. Ele declarou que seu objetivo é o fim do Mundial de Clubes e afirmou que a competição é desequilibrada, sem espaço no calendário e com nível esportivo de amistoso.

Tebas também alertou para os efeitos nocivos do torneio no ecossistema do futebol global. Segundo ele, o novo Mundial beneficia apenas uma elite de clubes e atletas, drenando recursos e atenção de ligas nacionais, que já enfrentam dificuldades financeiras.

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