Governador aponta riscos políticos, cenário nacional e fatores pessoais para decisão de permanecer no cargo

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reafirmou a aliados que não pretende deixar o cargo em abril de 2026 para disputar a Presidência da República. Segundo ele, a decisão está ligada a três fatores principais: o risco político da desincompatibilização, a expectativa de recuperação da popularidade do presidente Lula (PT) e questões familiares.
De acordo com a legislação eleitoral, Tarcísio teria que renunciar seis meses antes da eleição para concorrer ao Planalto. No entanto, o governador avalia que não há garantias de que Jair Bolsonaro (PL) definirá um sucessor com antecedência suficiente. Bolsonaro, mesmo inelegível, sinaliza que tentará registrar sua candidatura até o prazo final, aumentando a incerteza no campo da direita.
Além disso, Tarcísio e seu entorno acreditam que Lula poderá chegar fortalecido à eleição, o que torna mais atraente a busca pela reeleição em São Paulo, onde o governador lidera as pesquisas. Internamente, também pesa a adaptação da família à vida na capital paulista e o desejo de consolidar projetos estratégicos, como concessões e parcerias público-privadas na infraestrutura do estado.
Entre aliados do Centrão, lideranças como Marcos Pereira (Republicanos) e Ciro Nogueira (PP) defendem que Bolsonaro defina ainda este ano um nome para unificar a centro-direita, mas Tarcísio optou por manter seu foco local. Outros nomes cotados para a sucessão de Bolsonaro, como Ratinho Júnior (PSD), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Romeu Zema (Novo), estão em situação diferente, pois encerram seus mandatos em 2026 e terão que se desincompatibilizar de qualquer forma.
O governador paulista tem sido elogiado publicamente por Bolsonaro, mas também recebeu declarações que relativizam seu protagonismo no grupo político, o que influenciou ainda mais sua decisão de permanecer no estado.