Para ela, o episódio escancara a falta de resposta institucional às denúncias recorrentes

IMAGENS DA INTERNET
Uma operação deflagrada nesta quarta-feira (23) pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) expôs um esquema bilionário de fraudes dentro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A investigação aponta que recursos destinados a aposentados e pensionistas foram desviados de forma sistemática ao longo de anos, com indícios de participação de servidores públicos e correspondentes bancários.
A ação, batizada de “Operação Falso Benefício”, revela um sistema de concessão irregular de aposentadorias, pensões e outros auxílios, com uso de documentos falsos e manipulação de dados cadastrais. Segundo a PF, o prejuízo estimado aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 1 bilhão.
Na manhã desta quinta-feira (24), a jornalista Miriam Leitão comentou o caso no telejornal Bom Dia Brasil, apontando que o INSS “foi alertado várias vezes pelas inúmeras queixas deixadas”. Para ela, o episódio escancara a falta de resposta institucional às denúncias recorrentes feitas por beneficiários e técnicos do órgão.
Leitão também cobrou a criação de uma comissão de reparação para apurar responsabilidades e tentar recuperar os valores desviados. “O país precisa saber tudo o que aconteceu, identificar os responsáveis, recuperar ao menos parte dos recursos e garantir a devolução”, disse.
A crítica mais dura, no entanto, veio ao abordar a exclusão digital que afeta milhões de brasileiros. De acordo com a jornalista, muitos aposentados sequer sabem que foram vítimas das fraudes. “Quem tem alguma limitação para usar os aplicativos do governo encontra barreiras para verificar se foi afetado. Muita gente perdeu dinheiro e nem sabe que perdeu”, afirmou.
A fala ecoa relatos frequentes de idosos que enfrentam dificuldades com tecnologia e dependem de familiares ou terceiros para acessar informações sobre seus benefícios. Em muitos casos, os próprios golpistas se aproveitam dessa vulnerabilidade para agir com ainda mais facilidade.
Até o momento, o INSS não se manifestou oficialmente sobre as acusações levantadas pela operação. A reportagem procurou a assessoria do órgão, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Enquanto isso, a população mais vulnerável segue no escuro, tentando entender se o que entra na conta é mesmo tudo a que tem direito — ou apenas o que restou após mais um desvio silencioso.
Siga o perfil @isnesportes no Instagram e acompanhe as últimas notícias no ISN Online