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Morte do Papa pode ter sucessor que enterre legado progressista

Francisco conduziu uma Igreja com “cabeça progressista, mas um pouco conservadora.

IMAGENS DA INTERNET

Morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, o papa Francisco, primeiro pontífice jesuíta e latino-americano da história da Igreja Católica. O religioso, nascido Jorge Mario Bergoglio, liderou a Igreja por mais de uma década, marcando seu papado por uma postura progressista em temas sociais e ambientais, apesar de tensões internas com setores conservadores.

Durante seu pontificado, Francisco buscou reposicionar a Igreja como uma instituição mais aberta aos marginalizados, aos imigrantes e à proteção do meio ambiente, promovendo a chamada “ecologia integral”. Sua encíclica Laudato Si’, publicada em 2015, é considerada um marco na relação entre fé e sustentabilidade.

A morte do papa ocorre após anos de fragilidade de saúde, mas também de firme atuação política e espiritual. A sucessão agora recai sobre um colégio de cardeais majoritariamente formado durante os pontificados de João Paulo II e Bento XVI, ambos mais conservadores, o que levanta dúvidas sobre a continuidade da linha franciscana.

Para Frei Betto, frade dominicano e amigo pessoal de Francisco, o desafio está justamente na sucessão. “Peço a Deus que nos dê um padre que possa dar continuidade à linha dele”, afirmou em entrevista. Segundo ele, Francisco conduziu uma Igreja com “cabeça progressista, mas um pouco conservadora”.

Frei Betto lamenta a ausência de nomes como Dom Helder Câmara e Dom Pedro Casaldáliga, ícones do catolicismo social no Brasil, e destaca que a atual geração de bispos e cardeais tende a ser mais moderada ou conservadora. “Aquela safra praticamente já não existe”, disse.

Francisco também foi peça-chave no diálogo inter-religioso. Reuniu-se com líderes islâmicos, judeus e ortodoxos, buscando caminhos de paz e entendimento. Para Frei Betto, isso o tornou uma figura “mais proeminente em defesa dos direitos humanos” do que muitos chefes de Estado.

“O papa discordava totalmente da política armamentista das grandes potências e retomava a profecia de Isaías: a paz é filha da justiça”, destacou o frade. Francisco foi, até o fim, um defensor incansável de uma Igreja voltada aos últimos.

A Igreja Católica agora se prepara para o Conclave. A escolha do novo papa deverá indicar se a instituição seguirá no rumo de Francisco ou retornará a um modelo mais tradicional. Enquanto isso, fiéis ao redor do mundo prestam suas últimas homenagens a um papa que, com humildade e firmeza, tentou reformar a própria alma da Igreja.

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