Gilberto Waller Júnior assume o comando do instituto em meio a investigações sobre fraudes em descontos a aposentados

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou nesta quarta-feira (30) o procurador federal Gilberto Waller Júnior como novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após a exoneração de Alessandro Stefanutto. A troca ocorre em meio às investigações da Operação Sem Desconto, que apura fraudes bilionárias em descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas.
A operação, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou um esquema de R$ 6,3 bilhões envolvendo associações de classe que cobravam por serviços não autorizados, com descontos diretamente nas folhas de pagamento dos beneficiários.
Segundo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Lula decidiu assumir pessoalmente a escolha do novo presidente do INSS, medida que normalmente caberia ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Gleisi reforçou que não há acusações contra Lupi, mas a gravidade do caso levou o presidente a centralizar a decisão.
Gilberto Waller Júnior tem uma trajetória técnica marcada pela atuação no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Ele ingressou no serviço público como procurador do INSS em 1998, foi corregedor-geral do instituto e ocupou cargos na CGU, incluindo o de corregedor-geral da União entre 2019 e 2023. Sua indicação contou com apoio do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e do atual chefe da CGU, Vinicius de Carvalho.
A nomeação é vista como uma tentativa do governo de restaurar a credibilidade do INSS e conter os efeitos políticos do escândalo. Enquanto a oposição articula a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso, aliados do governo defendem ações rápidas para ressarcir os prejudicados e evitar danos políticos mais amplos.