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Filme Ainda Estou Aqui é o grande vencedor do Prêmio Grande Otelo

Longa brilhou na maior premiação do audiovisual brasileiro

Créditos: Anna Karina de Carvalho / Agência Brasil

Em uma sala repleta de profissionais do audiovisual brasileiro, em 4 horas de cerimônia, o Prêmio Grande Otelo de 2025, da Academia Brasileira de Cinema, chegou à sua 24ª edição com muito para celebrar, nesta quarta-feira (30), na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro.

Já nas primeiras premiações, Walter Salles subiu ao palco para receber o prêmio pelo músico americano Warren Ellis, que ganhou Melhor Trilha Sonora por Ainda Estou Aqui.  

“Muito obrigado, em nome do Warren. Ele soube das indicações antes de mim, e achou incrível. Para ele, ser indicado no Brasil, é um presente’’, agradeceu o cineasta.

Salles ressaltou também a parceria que teve com Warren que, segundo ele, incorporou na trilha o tipo de resistência que Eunice Paiva arquitetou.

“Ele entendeu que ela recusou melodrama e qualquer tipo de sentimentalismo”, disse o cineasta.

A noite, pilotada pelas atrizes Isabel Fillardis e Bárbara Paz, passou por homenagens ao cinema brasileiro desde os tempos da Atlântida de Carmem Miranda até os dias de hoje. 

No roteiro da noite, não faltaram imagens na tela e gente na plateia que faz cinema no Brasil. Na voz da cantora Duda Brack, interpretações marcantes como O Que É Que a Baiana Tem?, de Dorival Caymmi, sucesso que projetou Carmen Miranda rumo à carreira internacional; Bye Bye Brasil, escrita por Chico Buarque especialmente para o longa homônimo de Cacá Diegues, e É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo, de Erasmo Carlos, que se tornou um hino do momento atual do audiovisual brasileiro com Ainda Estou Aqui.

O ator Selton Mello, que recebeu sua primeira indicação em uma premiação, falou emocionado ao receber seu troféu. 

“Walter, obrigado por ter me chamado para fazer um filme tão importante. Obrigado à família Paiva por ter me acolhido e ter achado que eu era a pessoa certa para fazer Rubens Paiva. Quando o filme estreou em Veneza, eu tive a sensação de que o filme era o corpo do Rubens. E, de uma certa maneira, eu emprestei o meu corpo para esse corpo que nunca voltou. Então, é muito tocante receber esse prêmio. É a minha primeira indicação por esse trabalho”, disse o ator. 

A atriz Fernanda Torres, também emocionada, lembrou e ovacionou Eunice Paiva nos 2 anos que viveu e fala dela. Ela relembrou o périplo pelo mundo na pele de Eunice Paiva, mas também de todos os filmes que participou. 

Ainda Estou Aqui começou no Rio de Janeiro. E eu sinto que eu dei a volta ao mundo estando de volta aqui, com o Walter. Quero agradecer ao Walter, meu irmão, que me deu essa oportunidade. Eu já estou há 2 anos com a Eunice Paiva, e ela virou uma segunda natureza minha”, disse Fernanda Torres. 

“E ela virou uma segunda natureza minha. E eu acho que os atores, eles dependem muito disso, de você encontrar o seu personagem, alguém que você é capaz de dar vida. E eu ter minimamente dado conta dessa grande brasileira, uma mulher que viveu uma época parecida com a que a gente está vivendo, assim, de medo, de insegurança, e que soube ser tão grande. Ela me ensinou tanto com o Walter sobre evitar o melodrama, sobre tentar ser como ator, assim, tentar se abrir para um personagem”, acrescentou sob aplausos.

Sérgio Machado recebeu prêmios pelo longa-metragem animação Arca de Noé e melhor longa-metragem documentário pelo 3 Obás de Xangô. 

Emocionado, com o Troféu Grande Otelo em mãos, relembrou que conheceu o ator no começo de sua carreira no cinema. 

“Conheci o mestre Grande Otelo quando comecei no cinema. Então, para mim, quando eu olhei ele agora, é que a ficha toda caiu, né, como se tivesse ligando tudo’’, disse.

Vencedor do melhor longa-metragem infantil por Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, o diretor Fernando Fraiha falou da importância do cinema infantil.

“Com esse filme, eu passei a acreditar que poderia ser feliz um dia dirigindo um filme infantil no Brasil. Eu quero dizer que é muito bom fazer um filme infantil. Muito mesmo!’’

Outro ponto alto da festa, que encantou a plateia, foi o discurso emocionado do ator mirim Isaac Amendoim, que também subiu ao palco com a voz engasgada. 

“Quero agradecer por receber esse prêmio aqui tão importante, e estar representando todos que fizeram esse filme lindo, eu estou muito feliz, gente’’, disse.

Antes do último prêmio da noite, já nas categorias finais, o prêmio de Melhor Direção foi para as mãos de Walter Salles, por Ainda Estou Aqui, que concorreu com outros quatro diretores, como o amigo Andrucha Waddington, marido de Fernanda Torres e diretor do longa-metragem Vitória; com o vencedor do Festival de Cinema de Gramado de 2024, Érico Rassi, por ‘Oeste outra Vez’; com Karim Aïnouz, por ’Motel Destino’, e o diretor do premiado pelo longa-metragem Baby’, Marcelo Caetano.

A coroação final veio com o prêmio de Melhor Filme, quando Walter Salles chamou o elenco e equipe para subir ao palco em clima de celebração. 

‘’O Andrei Tarkovski, que é um um diretor que eu sou apaixonado, ele dizia que o filme só levanta voo quando todos aqueles que estão na frente da câmera e também atrás da câmera estão na mesma artéria. E eu acho que se eu estou aqui agora é porque essa equipe que está me acompanhando hoje aqui teve realmente nessa artéria e se tornaram autores do filme. Então, isso aqui é de vocês também’’, disse Salles.

Ele terminou sua fala prestando uma homenagem ao crítico de cinema, morto em 2016, José Carlos Avellar.

“Eu queria dedicar esse prêmio a uma pessoa de quem eu sinto muita falta, que é um mestre, um crítico, um pensador do cinema incrível, que é o José Carlos Avellar. Para quem não conheceu, foi um companheiro de conversa desde ’Terra Estrangeira’, que acho que eu não teria conseguido fazer esse filme’’.

Fonte: Agência Brasil

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