EUA articulam acesso estratégico a Fernando de Noronha e Natal sob alegação de direito histórico

Diplomacia ligada a Trump busca uso irrestrito de bases no Nordeste brasileiro, evocando investimentos da Segunda Guerra

Reprodução/Internet

Setores da diplomacia norte-americana associados ao ex-presidente Donald Trump têm articulado informalmente com interlocutores brasileiros o uso estratégico do Aeroporto de Fernando de Noronha (SBFN) e da Base Aérea de Natal (BANT), no Rio Grande do Norte. A justificativa apresentada remete ao conceito de “direito histórico de retorno operacional”, com base em investimentos militares realizados pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.

A movimentação segue retórica semelhante à recentemente adotada em relação ao Canal do Panamá, quando aliados de Trump defenderam a retomada do controle técnico-operacional da via interoceânica, com o argumento de que ela foi construída e mantida pelos EUA ao longo do século XX.

No Brasil, Fernando de Noronha é considerada uma posição geoestratégica no Atlântico Sul, utilizada como base avançada de sensores. Já a Base Aérea de Natal é tratada como hub logístico para operações aéreas entre continentes, com capacidade de projeção para a costa ocidental africana e o norte da América do Sul.

Tanto Fernando de Noronha quanto Natal foram usados como pontos de apoio pelas forças americanas durante a Segunda Guerra, em 1942, após acordo com o governo brasileiro. Segundo analistas, esses locais oferecem vantagens logísticas significativas para a estrutura de Comando, Controle, Comunicações, Computadores, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (C4ISR) dos EUA.

Até o momento, não há posicionamento oficial do governo brasileiro sobre as tratativas em curso.

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